Depois da indiferença do povo em Machaze, Filipe Nyusi foi vaiado em Nacala

POLÍTICA
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O Presidente da República, Filipe Nyusi, não vive o seu melhor momento em termos de popularidade desde que se tornou inquilino da Ponta Vermelha em 2015. Num espaço de uma semana, o Chefe do Estado experimentou a indiferença da população, primeiro, em Machaze, Manica e depois em Nacala-a-Velha, Nampula, sendo que neste último ponto viu-se obrigado a abandonar o púlpito de onde devia orientar um comício popular após ser vaiado de forma incessante pela população que provocou barulho durante todo o discurso.

O caso deu-se no Posto Administrativo de Covô Gêr-Gêr, no Distrito de Nacala-a-Velha. Filipe Nyusi tentou prosseguir com o discurso, mas foi interrompido com vaias e um barulho ensurdecedor que o obrigou a descer para tentar amainar os ânimos da população, mas foi debalde. A população continuava a fazer barulho.

Após compreender que não havia condições para prosseguir, o Presidente Nyusi decidiu então abandonar o pódio sem concluir o discurso e num ambiente incomum colocou-se à disposição de jornalistas para uma breve interação, que também viria a ser interrompida devido a uma pergunta incómoda sobre a crise na Frelimo.

“Eu não vim aqui para falar do partido, você é que tem partido”, disse Nyusi, dando costas aos jornalistas, depois de ter tentado desdramatizar o barulho da população alegando que o povo estava entusiasmado em vê-lo.

Em Nacala-Porto, Filipe Nyusi foi vaiado quando acabava de cortar a fita e inaugurar um Ponto de Transformação (PT) de energia, inserido numa rede de cerca de 25 km.

Antes do episódio de Covô Gêr-Gêr, Filipe Nyusi havia experimentado um outro momento de hostilidade da população, quando no passado dia 02 de Novembro, depois de entregar um hospital, decidiu passear pelas ruas de Machaze, distrito de Manica.

Durante o seu passeio, o Presidente acenou insistentemente para a população que mantinha-se indiferente. Aliás, até tentou perguntar o preço de uns bolinhos que estavam ali à venda, mas ninguém lhe deu atenção. As pessoas simplesmente não mostraram nem simpatia, nem curiosidade e muito menos alegria de estar perto do PR como costumava ser.

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