Mulémbwé reconhece clivagens dentro da Frelimo e apela reconciliação para melhor servir o povo

POLÍTICA

Já é um adquirido de que a Frelimo está em crise apesar da vitória retumbante e duvidosa nas VI Eleições Autárquicas. Samora Machel Júnior, Teodato Hunguana, Tomaz Salomão e Teodoro Waty fazem parte do rol dos membros proeminentes do partido no poder que através de cartas mostraram o seu desagrado pela forma como foi conduzido o processo eleitoral e, sobretudo, pelo facto do partido ter sido “invadido” por infiltrados. A crise interna no seio do partido dos camaradas foi assumida por Eduardo Mulémbwé, membro do Comitê Central da Frelimo, que na ocasião referiu é preciso “unir e reconciliar os militantes da Frelimo para fortalecer o partido”.

O antigo Presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwé, marcou presença no lançamento do livro de Alberto Vaquina e aceitou o convite dos jornalistas para falar do actual estágio da Frelimo, tendo reconhecido que há clivagens no seio da Frelimo e, por isso, apelou a reconciliação para melhor servir o povo.

“Qual é a família que em algum momento não tem algum desentendimento? O importante é que a gente saiba porquê em algum momento vemos as coisas de maneiras diferentes, até que provavelmente seja um defeito meu. O importante é que a gente reconheça onde é que está o problema? No meu humilde pensar, é unir e reconciliar os militantes da Frelimo para fortalecer o partido”.

Em relação aos resultados promulgados pelo Conselho Constitucional, Eduardo Mulémbwé foi parco nas palavras, uma vez que limitou-se a referir que vai se pronunciar sobre o assunto nos órgãos do partido. Contudo, reconheceu que há um mal-estar entre o Tribunal Supremo e o Conselho Constitucional.

“O Conselho Constitucional já se pronunciou e eu quero apenas olhar para aquilo que é o produto final. Eu, como militante da Frelimo, terei o momento de dar a minha opinião dentro do órgão a que pertenço, que é o Comité Central, não faço análises profundas fora (…) Olhando para a comunicação social que há algum mal-estar entre o Conselho Constitucional e o Tribunal Supremo e há declarações pessoais ou não sei a um respeitado juiz conselheiro que veio cá fora dar a entender que é o posicionamento do Tribunal Supremo, sendo posição do Tribunal Supremo é que efectivamente existe algo para qual o legislador tende olhar para a legislação e poder corrigir o que for necessário corrigir”.

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