A Renamo realizou, no último fim-de-semana, a derradeira marcha do corrente ano em protesto pelos resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições e, posteriormente, validados pelo Conselho Constitucional. Para o próximo ano, o cabeça-de-lista do maior partido da oposição em Moçambique prometeu surpresas inimagináveis.
Duarte Sitoe
A Renamo ainda tem a esperança de resgatar a cidade de Maputo, mesmo depois de o Conselho Constitucional ter validado os resultados das VI eleições Autárquicas. Por entender que venceu nas urnas e perdeu no entender da Comissão Nacional de Eleições, Venâncio Mondlane organizou cerca de 50 marchas pacíficas, sendo que a última do corrente ano teve lugar no sábado, 16 de Outubro.
À margem do evento que juntou centenas de militantes e apoiantes da Renamo, Mondlane prometeu voltar com mais força no próximo, tendo na ocasião prometido boicotar a tomada de posse que terá lugar em Janeiro de 2024.
“Esta é a última marcha do ano, e em 2024 vamos voltar, e teremos surpresas inimagináveis. Não vamos desistir. Se isto for verdadeiramente uma República, ninguém vai tomar posse sem que respondam ao recurso extraordinário que o partido submeteu”, disse o cabeça-de-lista do maior partido da oposição em Moçambique.
Nos últimos dias, a moldura humana que acompanhava as marchas da Renamo reduziu exponencialmente, mas Venâncio Mondlane desdramatizou esta situação referindo que nas marchas participavam entre três e quatro mil pessoas.
“Esta é uma marcha também de celebração porque, apesar de tudo, tivemos bons resultados, […] tivemos uma mobilização popular inacreditável. A cidade de Maputo era conhecida como uma cidade de pessoas imobilizáveis, mas nós, em média, tivemos entre três e quatro mil pessoas nas marchas”.
Na hora de fazer o balanço das 50 marchas, Mondlane destacou alegados avanços na democracia, visto que é a primeira vez que o Conselho Constitucional é processado juridicamente por um partido.
Aliás, o cabeça-de-lista da Renamo, que na última semana apresentou o roteiro da fraude que garantiu a vitória na capital moçambicana, referiu, por outro lado, que o Conselho Constitucional não consegue responder os documentos submetidos pela perdiz.
“O Conselho Constitucional tem agora dois documentos nossos que não consegue responder: primeiro é o pedido de aclaração do acórdão e o pedido de atas que estiveram na base da elaboração do acórdão”, frisou Venâncio Mondlane.
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