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Renamo ainda não tem data para realização do VII Congresso que vai decidir o futuro de Ossufo Momade

No próximo dia 17 de Janeiro de 2024, Ossufo Momade vai completar cinco anos como presidente efectivo da Renamo, depois de ter sido eleito no último Congresso da perdiz, a 17 de Janeiro de 2019. Entretanto, faltando pouco menos de um mês para o marco dos cinco anos que é o período que separa um congresso do outro, a Renamo ainda não tem data para aquela magna reunião que, a princípio devia ter lugar, em Janeiro próximo. Contactado pelo Evidências, o partido da perdiz diz que ainda está concentrado nas eleições, mas assegura que será cumprido o calendário das reuniões.

Ao que tudo indica, a Renamo não irá realizar o seu VII Congresso em Janeiro próximo. Faltando pouco menos de um mês para o último congresso realizado entre 15 e 18 de Janeiro de 2019 completar cinco anos, o partido ainda não definiu a data para o próximo conclave que, ao que tudo indica, poderá ser postergado para uma data ainda por anunciar, numa altura em que há um clima de descontentamento interno em relação a Ossufo Momade, muitas vezes acusado de estar a ser bastante pacato mediante injustiças perpetradas pelo partido no poder.

Contactado pelo Evidências para saber dos preparativos para o Congresso, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, foi parco nas palavras, referindo que a Renamo está neste momento concentrada nos resultados eleitorais e que no devido momento vai anunciar.

“Nós estamos sempre a trabalhar, e o Congresso, o Conselho Nacional e outras reuniões relevantes são actividades permanentes e calendarizadas, então no devido tempo vamos executar o calendário, mas neste momento estamos a gerir situações das eleições autárquicas”, sublinhou Manteigas.

Perante nossa insistência para saber se, tendo em conta que o último Congresso completa cinco anos em Janeiro, havia garantias ou condições para a realização da nova reunião magna no próximo mês, Manteigas foi lacónico.

“Nós estamos a dizer que (…) o Congresso é da Renamo e é do interesse da Renamo como partido democrático fazer Congresso. Então, estou a dizer que isto está dentro do nosso calendário de actividades”, disse Manteigas, para quando interpelado pela nossa insistência se estava a assumir que em Janeiro haveria congresso rebater: “não é isso que estou a dizer. No devido momento nós vamos anunciar”.

Refira-se que este Congresso vai decidir o futuro de Ossufo Momade a frente dos destinos da Renamo, em meio a um sentimento interno agridoce, por um lado devido a uma fase actual de grande popularidade do partido que o levou a obter resultados históricos nas eleições autárquicas, e por outro, um sentimento de total apatia por parte de Ossufo Momade perante a fraude e viciação dos resultados até em autarquias em que a vitória da Renamo foi clara. Pesa sobre ele o pecado de ter aparecido pouco e muitas vezes depois da crise passar, deixando muitas vezes os seus cabeças-de-lista praticamente abandonados na luta pela reposição da verdade.

Lembre-se que Ossufo Momade foi eleito no VI Congresso que decorreu na Serra da Gorongosa, onde, em três dias, mais de 700 delegados e 300 convidados testemunharam um momento histórico de transição de poder na Renamo. Naquela que foi a primeira eleição verdadeiramente democrática no seio da perdiz, Ossufo Momade venceu a corrida à presidência do partido com 410 votos dos delegados que participaram no congresso.

Em segundo lugar, com 238 votos, ficou Elias Dhlakama, irmão do líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, que faleceu em maio de 2018. O então secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, que também se candidatava à presidência do partido, conquistou sete votos e o deputado Juliano Picardo conseguiu apenas cinco. Hermínio Morais, antigo comandante da guerrilha do partido, retirou a sua candidatura e apoiou Ossufo Momade.

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