Não existe algo melhor que ganhar seu dinheiro e com seu próprio suor – desabafa Delúria Serafina

DESTAQUE SOCIEDADE

Em Moçambique, apesar dos esforços do Governo e das organizações da sociedade civil, as mulheres ainda enfrentam barreiras no acesso ao emprego. O empoderamento econômico tem sido uma ferramenta indispensável para reduzir o índice de desemprego entre mulheres e, por outro, reduzir a vulnerabilidade das mesmas contra todos os tipos de violência. Delúria Serafina, de 21 anos de idade e residente na Cidade de Maputo, é um exemplo das mulheres empreenderam para alcançar a independência financeira e fintar o desemprego.

Texto: Esneta Marrove

Os dados do Inquérito sobre o Orçamento Familiar referentes ao ano 2022 apontam que 18,4% dos moçambicanos são desempregados, sendo que a taxa de desemprego entre homens situa-se nos 18,7%, enquanto entre mulheres é de 18,1%.

Face a ectual situação social e econômica do país, algumas mulheres abraçaram o conformismo, porém há outra que procuram soluções para fintar o desemprego. Delúria Serafina faz parte do rol das mulheres que decidiram empreender para fintar a falta do emprego em Moçambique.

A relação de Serafina com o empreendedorismo inicia na tenra idade, uma vez desde os seus 12 anos de idade tinha paixão pelas panelas o que, actualmente, é garante da sua independência financeira.

” Quando criança observava minha prima fazendo chamussas, rissóis e alguns doces. Depois passou a vender na escola e no bairro. Fiquei apaixonada pela forma que ela confeccionava aqueles produtos e decidi que quando crescer queria seguir os passos dela.

Segundo Delúria Serafina, a força e a determinação que a prima tinha era o que mais precisava para chegar longe e alcançar seus objectivos. Ela acordava muito cedo, todas manhãs ia vender e conseguia comprar suas coisas. Graças a isso conquistou quase tudo que ela queria. A determinação dela me inspirou e decidi seguir o mesmo caminho”.

Serafina, já no mercado há três anos, conta que com o dinheiro que ganha através da confeitaria consegue pagar os seus estudos. “Graças a este negócio consigo pagar o curso que estou a fazer de saúde materno-infantil, nunca me faltou sequer uma mensalidade porque faço de tudo para não ter dúvidas, e com esse dinheiro compro outras coisas para mim” contou.

Fora o sonho de ser enfermeira, a nossa fonte espera um dia investir ainda mais no mundo da confeitaria. “Quero muito ter uma empresa de referência no país, aquela que todo mundo vai recomendar por ter os melhores bolos, doces ou salgados”, declarou.

Para alguns o mundo dos confeiteiros há desafios, porém a nossa entrevista, que incentiva as mulheres a abraçar o empreendedorismo, conseguirem a independência financeira para refuta essa ideia, referindo que procura a cada dia que nasce fazer o melhor para os seus clientes.

“Toda mulher tem uma arte na mão, por isso, incentivo as meninas ou mulheres a fazerem negócios. Podemos fazer tudo se quisermos, em todas nós existe uma arte na mão que podemos aproveitar e tornar-nos independentes, por isso, incentivo as meninas e mulheres a fazerem negócios, porque isso é gratificante e aumenta a minha auto-estima, hoje sei que não espero depender dos outros para fazer o que quero, só preciso confiar em mim e acreditar que sou capaz”.

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