- CTA diz que população tem tido melhor reação em relação a polícia
- “Os factos falam por si, a polícia não se tem mostrado capaz de resolver essa questão de rapto”
- Sector privado confirma cenário de paralisação das actividades, mas…
Desde 2022 que o crime organizado, com destaque para os raptos, continua a exibir a sua musculatura nas principais cidades moçambicanas o que, de certa forma, precipitou a saída de muitos empresários do país. Para acabar com o fenômeno que mina o ambiente de negócios, o Governo prometeu uma briga anti – raptos. Contudo, a referida unidade ainda não passou da teoria para a prática. Face aos raptos que se registaram nos últimos dias na Cidade de Maputo, a Confederação das Associações Econômicas de Moçambique (CTA) exige urgentemente a operacionalização da briga anti-raptos. Por outro lado, o sector privado confirmou que há mesmo possibilidade de paralisação das actividades, mas aponta que sempre vai privilegiar o diálogo.
Duarte Sitoe
Em Novembro de 2021, o Comandante – Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, prometeu que em seis meses o país teria a primeira companhia anti – raptos com vista a combater o crime organizado no país, com destaque para o terrorismo e raptos.
“Tanto o terrorismo assim como os raptos são crimes que criam terror, portanto não há nenhuma diferença; criam terror aos moçambicanos, metem medo, afastam o desenvolvimento e o investimento no nosso país. Os raptos criam terror nas famílias, sobretudo na classe empresarial. Esta formação é para responder aos actuais desafios que o país enfrenta e para cumprir com as orientações de suas Excelências o Presidente da República, Comandante-em-Chefe das Força de Defesa e Segurança (FDS) na qual determinou que as FDS devem capacitar-se, adequar-se e melhorar a sua forma de actuar no combate ao terrorismo, ao tráfico de drogas e aos raptos, crimes que, neste momento, criam desordem na sociedade moçambicana”, explicou Rafael durante o lançamento da formação.
No entanto, de 2021 a esta parte pouco se fala da prometida companhia anti – raptos, sendo que os criminosos continuam a semear medo e terror no seio da classe empresarial no país.
O sector privado, através da Confederação das Associações Econômicas de Moçambique, à margem de encontro cujo objectivo era encontrar novas estratégias para fazer face a este mal, mostrou-se preocupada com a nova vaga de raptos no país, sobretudo na Cidade de Maputo, e no rol das propostas e soluções para combater este fenômeno exige ao Governo a operacionalização imediata da briga anti – raptos.
“Esta brigada foi anunciada pelo Governo e já faz muito tempo. Em 12 anos os raptores a funcionarem e uma brigada anti-raptos não activa é uma grande preocupação. Os factos falam por si, a polícia não se tem mostrado capaz de resolver essa questão de raptos. Neste momento exigimos que a briga anti- raptos seja operacionalizada. É uma exigência que o sector privado vai fazer e apesar de não saído ainda a resolução em relação a este encontro”, declarou Zuneid Calumias, vice – presidente da CTA.
Face a inercia das autoridades da lei e ordem para estancar a onda dos raptos, alguns empresários ameaçam paralisar as actividades com forma de pressionar o Governo a redobrar esforços.
“A população em algum momento teve melhor reação do que a polícia”
Calumias referiu que a paralisação das actividades é um cenário que foi colocado em cima da mesa por algumas associações encabeçadas pela CTA, tendo apontado para a cooperação com os países que combateram e venceram o fenômeno como uma das armas para o combater o crime organizado.
“A paralisação das actividades é uma ideia apresentada pela maior parte das associações em solidariedade as vítimas, mas por enquanto ainda são apenas sugestões. Vamos privilegiar o diálogo para tentar resolver o problema. De facto esta tem sido uma proposta que tem sido apresentada pelas associações. Há várias propostas e muitas delas vêm de experiências de outros países que lideram com este problema e todas elas convergem na intervenção de instituições que tenham capacidade técnica para poder lidar com este tipo de crimes. Quando falamos de cooperação internacional estamos a falar de ajuda de outros países que já viveram este tipo de situações”, referiu Zuneid Calumias, reconhecendo depois que o Executivo tem tido fraca resposta quando se trata de combater os raptos.
“Existe uma fraca resposta do Governo em relação a essa problemática. Tem sido detidas algumas pessoas, mas como viram na imprensa ainda ontem um dos detidos estive envolvido noutro sequestro, então defacto existe uma grande preocupação na resposta e como viram e alguns casos a polícia estava a uns metros e não teve reação. A população em algum momento teve melhor reação do que a polícia. É preocupante”.
Outra situação que inquieta sobremaneira o sector privado é o facto da Polícia da República de Moçambique e comunicação usarem a designação “empresário de origem indiana” quando falam dos raptos, daí que Calumias exigem que se retire essa denominação
“É uma grave violação, significa que os raptos só acontecem para os indianos. Quando divulgamos que é cidadão de origem indiana, por outras palavras queremos dizer que este rapto não tem a ver com a maioria da sociedade por se formos a ver as especificidades notamos que esses cidadãos são uma minoria na nossa sociedade. É uma linguagem que apelamos, sobretudo, os órgãos de comunicação social, ao Governo que retire de forma oficial e definitiva essa linguagem de que os raptados são de origem de Y e
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