- General Bento Kangamba em discurso directo (PARTE II)
- Kangamba aconselha Moçambique a não transformar Fundo Soberano em vaca leiteira
- Fundo soberano
Na entrevista exclusiva publicada no Jornal Evidências na semana passada, o general e empresário angolano, Bento Kangamba, frisou que a “a oposição aos partidos libertadores é fraca”. Esta edição, publicamos a segunda e última parte da entrevista na qual aquele general aborda questões ligadas à política de Angola e Moçambique. Com larga experiência no sector dos diamantes, aquele empresário aconselha Moçambique para não transformar o Fundo Soberano recentemente constituído numa vaca leiteira, mas sim a geri-lo como uma reserva estratégica. Nas entrelinhas, um dos homens mais ricos de angola alerta ao MPLA e a Frelimo para dedicarem mais atenção para os jovens. Lá mais para o fim, queixa-se de estar a ser vítima de inveja, mas reconhece que o seu dinheiro vai ficar limpo se sair do MPLA e deixar de ser membro do partido. Acompanha os excertos mais importantes.
Luís Nhachote, em Windhoek*
Nas eleições passadas, a UNITA ganhou em Luanda e o general disse que quem ganhou, realmente, tinha sido o preço da inflação, do preço do peixe, do preço do feijão. A situação continua a mesma?
– Eu estive a falar agora, numa reunião do comité central, e dei isso como um exemplo. É claro que nós temos muitos economistas, temos muitos juristas. Há economistas que preferem ler aquilo que leu e acham que aquilo é o que ele tem que viver. Moçambique, conforme está, depende do dinheiro informal, não depende do dinheiro do banco. Todo o dinheiro de Moçambique está fora.
É como Angola. Todo o dinheiro de Angola do BNA está fora. Está com as senhoras, está com os chineses, com as quinguilas (vendedeira de rua), entre outros. Então, você tem que criar uma política mais forte para rever esse cenário, para que depois consiga obedecer os preços.
Eu tive que falar com uma pessoa e eu vejo aí nas redes sociais. As pessoas me chamavam matumbo, que Kangamba não estudou. Para vos dizer, ser economista não precisa escrever muito. O exemplo era uma quinguila, daqueles que vendem na rua com a filha nas costas, mas consegue suprir as suas despesas, consegue comprar caderno para a escola, tem que levar um carapau, um peixe, um fubá para jantar com o marido e os filhos em casa.
Ela é melhor que um economista que estudou, que está no BNA sentado a planificar, então temos que saber quem é o melhor. O melhor é essa quinguila ou aquele que… Sabe, esses países nossos, Angola e Moçambique, não produzem, eles importam.
Como é possível que um ministro do comércio desses países ainda consegue pôr no conselho do ministro uma estratégia de reserva alimentar? Quando você não produz, você só importa.
Você vai importar e ainda faz reserva estratégica do que você vai importar. Você está a mentir ao próprio presidente e está a mentir ao povo.
Nesse caso qual seria a saída?
– É investir na produção, no programa de agricultura familiar. Se houver agricultura familiar nesses países, houver circulação da moeda de Moçambique, na mão das populações, do camponês que produz é claro que vamos evitar ter fome, evitar ter problemas e controlar os preços.
Moçambique e Angola têm esses problemas. Todos são iguais, não vale a pena dizer aqui que os moçambicanos vivem melhor que os angolanos e os angolanos vivem melhor que os moçambicanos, tudo igual, tudo igual.
A melhor governação é aquela que trata de condições sociais para as populações, as pessoas mais vulneráveis. Nós não podemos ter pessoas a dormirem com fome, a dormirem na rua, não podemos ter pessoas que ficam em casa sem comer. E eu vejo essas responsabilidades ao governo, mas eu vejo o partido de oposição aproveitar-se desse cenário.
Ao invés desses próprios partidos políticos também ajudarem o próprio governo, só querem criticar, querem criar a condições de entrar no poder.
Como recuperar a imagem desses partidos que neste exacto momento estão a liderar esses países africanos, falando especificamente de Moçambique, Angola e África do Sul?
– Pronto. Angola tem estado mais virado para a política diplomática internacional, política internacional. Moçambique idem, mas há necessidade de voltar atrás, vermos a política interna. Eu tenho necessidade de preocupar com a política interna desses países, porque estamos já a criar muitos jovens revoltados. Nós estamos a criar problemas para os países, porque esses jovens fazem as suas reclamações, às vezes, uns lhes fazem bem e outros fazem por controvérsia, para criar problemas.
E eu vejo jovens a tentarem fugir de Angola para outros países, para depois começarem a atacar o governo nas redes sociais. Ao invés de ele vir, estar no país para ajudar, aconselhar, está fora e a vida agora passa às redes sociais discutir os direitos do país.
“Só vamos tratar da sucessão em 2025”
Agora, teremos eleições em 2027. Este é o último mandato do presidente João Lourenço. O MPLA estaria preparado para apoiar uma candidatura do General Miala ou de Higino Carneiro?
– Eu vou responder essa pergunta. Quem faz o presidente é o partido MPLA. Se o MPLA disser que um desses pode ser presidente, é claro que as pessoas vão apoiar. É preciso vermos, mas aquilo que eu vos disse é que nós ainda não estamos a tratar o nome para a candidatura, para a substituição, porque ainda o presidente tem muito tempo para fazer. O seu mandato vai terminar em 2027. Então, isso nós vamos só tratar em 2025. Agora, se eu explicar quem fica, quem não fica. Quem está lá é o presidente João Lourenço, então ainda vamos tratar do presidente de João Lourenço que está lá e depois o resto iremos ver.
Mas a UNITA alega que o General Miala esteve preso no passado e tem ainda problemas com o registo criminal. Foi indultado no passado quando foi preso naqueles problemas e por isso não pode se candidatar. Como é que o MPLA vai resolver esse caso? Depois, outra questão é que o General Miala está no ativo ainda como militar. Não é militante do MPLA.
– Isso é UNITA. A UNITA põe o nome de General Miala. É que eu disse que o MPLA ainda não viu nenhum nome. O MPLA não viu o nome do Miala, não viu o nome do Kangamba, não viu o nome do Higino, não viu nenhum nome.
Depois, o MPLA irá sentar e ver se o presidente João Lourenço tem boa saúde, tem condições, está melhor para continuar ou não. Enquanto isso, tudo que a rede social, tudo que a UNITA fala é falso.
E depois tenho que vos dizer o seguinte: A UNITA não tem que se preocupar com o MPLA. A UNITA deve se preocupar com ela. Agora, o general Miala não tem nenhuma rasura no Tribunal. Acreditem nisso. E têm que ler, digam à UNITA e aos seus juristas para verem bem as coisas. Quando uma pessoa, no meio do julgamento, estava a ser julgada e, deixou de ser julgada e houve um indulto e tirada a sua pena, a pena do general Miala foi retirada, a suposta cadeia do general não valeu, não tem legitimidade de ser.
É por isso que continua com a patente de general três estrelas, tem legitimidade de ser general três estrelas e tem a legitimidade de exercer qualquer função no país. Agora, é claro que a oposição tem medo do general Miala, todo mundo acorda Miala, dorme Miala, enquanto o país tem muita gente. Lá na defesa tem muita gente, temos o general Furtado, o general Liberdade, o general Maçano, o Laborinho, entre outros.
A UNITA gosta de beliscar o Miala, acho que eles têm medo. Eu continuo a dizer sem medo de errar que Miala é um patriota, é um dos angolanos patriotas que o país tem. Então, há pessoas de má-fé que não gostam desses patriotas, é como aqui, não gostam do Bento Kangamba, porque sou patriota, porque as pessoas criam assim nesse momento, vou explicar.
Eu estive casado com alguém da família de José Eduardo dos Santos. Hoje eu não estou com a mesma pessoa, mas as pessoas me conotaram sempre com a família Dos Santos e eu não posso negar.
O presidente João Lourenço deve me ver como Bento Kangamba, militante do MPLA, e sequer me dar confiança, tem que me dar confiança como militante do partido. Não pode me beliscar por causa do nome do presidente José Eduardo dos Santos.
Isso é o que as pessoas fazem em Angola e por isso é que tem muitos problemas. É claro que eu tenho estado a passar mal com pessoas de inveja, pessoas que não gostam dos outros sobressairem. Eles queriam que todos nós morressemos naquele momento que o presidente José Eduardo dos Santos morreu e queriam que todos nós morressemos.
O general diz que há muita gente que faz críticas nas redes sociais, estando fora fica mais fácil, é o caso da Tchizé?
– Eu não gostaria de falar da Tchizé, mas ela continua a falar de mim. E pensa que eu estou contra ela, eu nunca vou ficar contra ela. A Tchizé, para mim, é uma família, cada um de nós tem seus problemas no governo, mas devemos nos tratar como deve ser. E a Tchizé não pode pensar que deram o dinheiro ao Bento Kangamba, é por isso que o Bento Kangamba está a defender o presidente João Lourenço. A mim ninguém dá dinheiro.
Deve saber bem que quando eu comecei a defender o presidente José Eduardo dos Santos a Tchizé era criança e eu sempre apoiei ele e os seus filhos, a família e continuo, não fujo a esta responsabilidade e a Tchizé não pode me ver como adversário político, se a Tchizé me vê como adversário político está errada.
General, um dos problemas dos partidos libertadores é a corrupção. Cada um que vem diz que vai combater a corrupção, depois começa a caça às bruxas e depois verifica-se que também há problemas de corrupção nesses que vieram combater a corrupção. Como é que a gente resolve isso?
– Mas esse é o conceito dos africanos. Eu me lembro quando começaram a falar da corrupção em Angola foi num congresso que o próprio presidente José Eduardo disse “agora vamos falar da corrupção”, ninguém deve fazer isso e todo o mundo tem que seguir isso. E quando o presidente João Lourenço chegou, também entrou com essa política. É claro que quando falam da corrupção, num partido, as pessoas têm que ter coragem, porque quando falamos de corrupção, o presidente de João Lourenço nunca vai mandar formar processo, o processo é instruído pela PGR, Tribunal e a polícia que acompanha quem cometeu o crime.
A corrupção, geralmente em África, gira aí. Mas há coisas que às vezes não são a corrupção, mas nós falamos que é corrupção. Eu vou te dar um exemplo. Eu se tivesse em Angola, me falasse isso em Angola, ah o Kangamba aproveitou-se de ter muito dinheiro. É por isso que fez, desfez. Há uma moça que mandou parar num país nesses dias que eu estive. Não sei de onde ela me conhece. E ela falou em inglês. E ela me pediu. Eu não lhe pedi nada. A moça diz, Mr. Bento, no money? porque não há dinheiro. Mr. Bento, no money? Why money? No money, no kiss. O que é que isso significa? Quer dizer, está a me dizer, não há dinheiro, não há beijo.
Mas eu não lhe pedi dinheiro. Não lhe pedi beijo. Mas se for a África, isso aí, em Angola não, se fosse eu a começar, eu estava a corromper uma miúda para dar dinheiro para beijar. Mas é ela, a menina que está perguntar a mim, no money no kiss, mas eu não estou a pedir beijo porque está a me pedir, você pede dinheiro só, eu peguei 20 dólares entreguei a pessoa porque eu vi que ela estava a sofrer, mas isso se fosse em Angola, em Moçambique, é corrupção. Mas a corrupção gera aí e quem tem que tratar da corrupção são as autoridades, polícia, PGR, não são os políticos, tem que deixar girar, acho que a qualquer momento isso vai levar tempo, seu tempo.
Não está na hora desses partidos começarem a discutir os processos da acumulação?
– Acho que está a se discutir o processo da acumulação.
O que é que se pode fazer e o que não se pode? Porque parece que todos os outros que vão para o poder querem também começar o processo da acumulação igual daqueles que saíram.
– Chegou a minha vez. Nós temos estado a trabalhar nisso. Temos conversado com as pessoas ligadas ao presidente da Angola. Temos estado ligados a falar com pessoas da PGR que se trate das situações como devemos tratar, mas para não prejudicar A, B e C. Nós nos prejudicamos nisso em falar. Eu me recordo da melhor governação de Moçambique. O governo de Moçambique de mais jovens não é desse ano. É de três, quatro, cinco anos por trás. Moçambique tinha bons jovens no governo.
Agora também tem, mas tinha muitos jovens no governo. E todos esses jovens entraram no problema da corrupção. Até um deles está preso. E aquilo que aconteceu em Moçambique também aconteceu em Angola.
“O Fundo Soberano de Moçambique tem que ser uma reserva estratégica”
L.N.: Moçambique vai ter agora um Fundo Soberano. Angola teve, foi um dos primeiros exemplos de países de expressão portuguesa e deu no que deu em Angola. Qual é o conselho que dá aos meus moçambicanos sobre a questão do Fundo Soberano?
– Bom, o fundo soberano é bom para o país, mas o fundo soberano tem que ser bem protegido, bem cuidado, não criarem transferências de valores, não usarem dinheiro do fundo soberano como um dinheiro normal.
Todo o país que cria o fundo soberano é um país desenvolvido, está em desenvolvimento. Então eu espero que Moçambique também não pode criar o Fundo Soberano depois para criar problemas. Nós não podemos criar o Fundo Soberano para criar problemas.Nós temos que ir ao Fundo Soberano para reservas estratégicas para que o país, amanhã seja dependente desses fundos.
O senhor general fez parte de um grupo muito restrito, próximo do presidente Eduardo dos Santos. Acredito que deve ter dado ao presidente Eduardo dos Santos bons conselhos. Que tipo de conselhos foram esses com relação às áreas diamantíferas?
– Não. Acredita que nós tivemos um momento crítico sobre os diamantes de Angola. E eram vistos como diamantes de sangue. Acredito que em 2011 eu estive com o presidente José Eduardo dos Santos e tivemos uma reunião com o presidente da administração da Endiama. Fui eu que pedi para que se fizesse um programa de investimento, um programa de surgimento de diamantes artesanais. Diamantes artesanais, empresas de jovens para construir e fazer empresas com diamantes artesanais. E esse grupo de diamantes artesanais também segurava aquilo que era o garimpo. Essas empresas tinham jovens como responsáveis com posse para comprar um diamante que o garimpeiro apanhou, para depois pegar aquele diamante fora, negociar com a Endiama para o Estado ter controle.
Quando você não tem essas empresas que controlam esses jovens que estão no garimpo, a tendência desse jovem é tirar o diamante fora do controle do Estado. Pode picar, nós temos muitas fronteiras com o Congo, ele pega uma mota, vai para o outro lado da fronteira, vende o diamante.
Então, aí quem fica prejudicado? É o governo. Então nós temos também que discutir sobre isso agora, nesse governo. O governo tinha parado de ter esses projectos, mas depois ele abriu outros projectos, as ditas sociedades de empresas para a produção de diamantes ou seleção e venda de diamantes.
O governo fez isso, está a fazer isso, mas é preciso estender isso para áreas como Cafufo, Luzamba, essas áreas dependeram sempre desde o tempo colonial sempre dependeram dos diamantes. E é por isso que as empresas que estiverem lá, que o governo certificar para ir trabalhar, têm que ser honestas no trabalho e criar condições também para as populações que lá vivem.
Não é normal ter uma empresa que está a produzir diamantes e no Cafofo faltar água, faltar luz ou medicamento. E é preciso que isso dependa dos próprios empresários que estiverem lá, mas com o controle do governo, o controle de quem dirige o ramo dos diamantes.
Quando nós estivermos com o diamante bem controlado, teremos poucos problemas em Angola, como o facto de depender muito do petróleo. E também o diamante é um ramo que pode dar muitos empregos aos jovens.Espero que isso aconteça, mas dar a legitimidade às pessoas que sabem fazer o negócio.
“Meu dinheiro vai ficar limpo se eu sair do MPLA e deixar de ser membro do partido”
General a imagem de que o General tem muito dinheiro, tanto como os angolanos também dizem, de alguma forma prejudica-lhe?
– Porque eu acho o facto de as pessoas dizerem que o Kangamba e o fulano têm muito dinheiro, isso é o sinónimo de inveja. E depois as pessoas veem-nos mal, as pessoas ficam à nossa trás e as pessoas ainda inventam problemas contra nós porque é inveja.
Mas se tu fores num país árabe, num país da América, a pessoa que tem dinheiro, é uma pessoa que tem uma vida livre, anda, faz aquilo que quiser fazer, ninguém vai contra ele. O dinheiro é dele, seu dinheiro é seu.
Eu continuo a vos dizer. As pessoas gostam de me conotar e acho que o meu dinheiro vai ficar limpo se eu sair do MPLA e deixar de ser membro do partido do MPLA, deixar de ser amigo do sicrano, assim o dinheiro do Kangamba vai ser limpo.
Se eu estiver no MPLA, o MPLA que me dá dinheiro, o presidente que está me dar dinheiro agora, para me defender, enfim, são essas coisas. E eu estou habituado com isso, conforme eu vos disse, mas não concordo que nós devemos ter inveja com os outros.
O que eu sei é que quando eu tenho dinheiro, eu não prefiro ficar com o dinheiro, prefiro ajudar os outros para que amanhã eu tenha uma boa história. E a minha história não vai ser contada pela minha família, vai ser contada para as populações, para aquelas pessoas que serviram de mim, que eu ajudei e é muito importante.
As pessoas pensam que o dinheiro é mais importante, não. O mais importante, o nosso coração, o respeito, a união com todos, isso é o que é mais importante.
General, por que o Major Pedro Lussaty primeiro acusou o General Miala de ter mandado assaltar e agora também acusa o general Bento Kangamba? O que está a acontecer com o Major Lussaty? Será que alguém está por trás dele? Qual é a estratégia que há de usar essas duas figuras?
– Não, acho que o Major Lussaty está a confundir, está na cadeia, ele acha que ao estar na cadeia, tem que levar os nomes de outros. As pessoas que não são família dele, mesmo se fosse família. Os advogados de Lussaty acham que tem que fazer uma estratégia para ele sair da cadeia, tem que se sujar nome de outras pessoas.
Não tenho nada a ver com o processo de Lussaty. Tenho a ver com um negócio que ele fez com uma pessoa ligada a mim, mas eu não o conheci como uma pessoa com muito dinheiro. Houve um negócio e o Lussaty tem que assumir a sua parte do negócio.
Agora, está a sujar nomes, primeiro suja o nome do General Miala, agora está a sujar o meu nome. Acho que o Lussaty está errado. Os advogados do Estado devem aconselhar o Lussaty para ficar tranquilo e sereno, para cumprir a sua pena e justificar aquilo que ele fez no Governo, no Estado, no Bento Kangamba.
Mas por que que agora, sempre que se ataca o General Miala ataca-se também na mesma proporção o General Bento Kangamba? Por exemplo, no passado, tivemos no caso do tempo todo o Presidente José Eduardo do Santos quando se quisesse atingir o Presidente, atacava-se pelo Bento Kangamba. Agora, quando se quer atacar também o Presidente João Lourenço, ataca-se o General Miala?
– Aquilo que eu vos disse, porque atacam a mim como cidadão, eu sou um bom patriota, o General Miala também é bom patriota e as pessoas nos atacam. Mas é preciso que as pessoas que nos atacam se apercebam que estão a atacar à toa. Eu fiquei muito tempo sem falar com a imprensa, eu fiquei calmo, sereno, tranquilo e as pessoas esqueceram de mim. Mas quando comecei a falar, as pessoas esqueceram que eu sou político, eu não vou deixar de falar. Eu devo falar. Comecei a falar e espantei a caça, olha, esse homem continua a falar, está vivo. E eu reprovo, as pessoas estão a usar o nome do General Miala para o mau conselho e também as pessoas estão a usar o nome do Bento Kangamba, porque somos pessoas diferentes, Eu sou político, nós não estamos aqui para destruir ninguém, mas sim estamos aqui para apoiar o partido.