Nos últimos meses, depois de uma aparente calmia, os terroristas protagonizaram ataques em vários distritos da província de Cabo Delgado. Esta situação fez com que a Embaixada Francesa em Maputo recomendasse os seus cidadãos a não viajarem para Palma e Mocímboa da Praia. Face a situação de insegurança que se vive actualmente na província de Cabo Delgado, a Nova Democracia (ND) exige suspensão da licença de exploração da TotalEnergies até que se averigue a causa principal do conflito. Por outro lado a ND exige respostas ao Presidente da República sobre aos narcotraficantes que financiam o terrorismo em Cabo Delgado.
Para a Nova Democracia, antes da descoberta dos hidrocarbonetos, Cabo Delgado foi sempre uma região calma e de um sossego fingido, que em seus espaços, sobretudo ao longo da orla marítima, escondeu aspectos que remontam do negócio de ultramar pela vizinhança com o importante porto e feitoria de Zanzibar, sudoeste da Tanzânia. No entanto, a descoberta dos recursos naturais abriu espaço para indivíduos que querem acumular recursos sem nenhum esforço.
“…É com o aprofundamento da pesquisa de hidrocarbonetos que a região se torna mais vistosa, oferecendo a apetência dos capitais estrangeiros que idos a norte de Cabo Delegado, encontraram para além dos megaprojectos aquelas e novas oportunidades para o crime, dissimulado nos _compounds_ dos prestadores de serviços dos megaprojectos, como também é recrutada uma nata de profissionais, alguns de conduta duvidosa que encontram um terreno fértil para o desenvolvimento de tudo (do legal ao ilegal) para a acumulação absurda de riquezas no menor esforço”, refere a ND.
O partido liderado por Salomão Muchanga que, actualmente, em Cabo Delgado “jorra, chove e chora de sangue; sangue dos que lá foram procurar oportunidade da vida, sangue dos que estão lá a defender a Pátria, sangue dos que por destino foram nascidos ali e, que pela Lei no nosso país são, titulares do poder de uso e aproveitamento da terra, consignada ao Estado, por força de Lei que todos concordamos”, daí que questiona ao Presidente da República o destino das armas que foram adquiridas pelos impostos dos moçambicanos.
“Os assassinos em Cabo Delgado usam armas potentíssimas, contra a AK47, trazida não se sabe de onde, que não pode atingir quem trás, uma potente arma em punho. Pagamos uma dívida aos gringos, por termos supostamente levado armamento especializado para contra-insurgência e outros ataques. Afinal, o que é que estamos a pagar? Onde está o material bélico adquirido no empréstimo dos rios de dólares que o povo paga diariamente e da forma mais desgraçada possível, Sr. Filipe Nyusi? Porque coube a si como Ministro da Defesa, recebê-lo pelo seu próprio punho, onde anda o material de guerra, à altura da exigência do inimigo”.
O Ruanda é dos financiadores do grupo armado M23, movimento que nos últimos anos tem semeado luto e terror na província Democrática de Congo. Olhando para esta situação, pede explicações ao Chefe de Estado sobre as razões que ditaram a escolha do
“Paul Kagamé é, alega-se, patrocinador do M23, movimento terrorista que assola ao povo e aos recursos do país vizinho da região Austral, o Congo. É o mesmo que vem combater a insurgência junto do Governo de Moçambique? Que explicações tem a dar-nos, porque mesmo os contornos da sua contratação ou pedido de intervenção até hoje, temos dúvidas e suspeições, que se vão provando que compramos no mesmo lote, o Combatente e a própria guerra, que sendo enviada no mesmo pacote, não dá para destrinçar, quem é o bom e quem é o Bandido”
ND quere ver expostos expor todos os interesses internacionais identificados com o financiamento ao terrorismo
Por entender que a França e a sua companhia petrolífera são frequentemente acusadas de criar guerras em toda a parte no mundo, a Nova Democracia exige suspensão da licença de exploração da TotalEnergies até que se averigue a causa principal do conflito.
“A Nova Democracia, em defesa dos mais altos interesses Nacionais, exige: Suspender a licença de exploração da Total Energies, multinacional de capitais franceses, até que se averigue a causa principal para o conflito, consideradas todas as hipóteses e informações disponíveis no mundo e em Moçambique. Até quando iremos terceirizar a nossa segurança a força Ruandesa em Cabo Delgado? Quando irão todos para casa para operar com as forças da região Austral, da União Africana, assim solicitadas para intervir”.
Ainda no rol das sugestões para acabar com o terrorismo na província de Cabo Delgado a ND defende que o Governo deve buscar apoiar internacional, contudo deve priorizar o investimento na segurança e integridade territorial pelas Forças Armadas de Moçambique bem com reformar o Comando do exército, potencialmente em conluio com a insurgência ou que pelo menos é inoperante para o propósito da defesa, e encontrar soldados superiores, capazes e isentos para dirigir a tropa.
Nas entrelinhas, para além de defender a reforma antigos Generais suspeitos e nomear jovens capazes para assegurar que aqueles não tenham informação privilegiada que prejudique o exército em campo, a Nova Democracia sugere que o Executivo lance “um apelo internacional sobre o risco que os Estados podem tomar ao colaborar com a insurgência e expor todos os interesses internacionais que sejam mapeados e identificados com o financiamento ao terrorismo.
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