Nyusi diz que retirada da SAMIM não significa fim do combate ao terrorismo em Cabo Delgado

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  • A partir de 15 de Julho as FDS serão exclusivamente apoiados pelas tropas ruandesas no TON

Agora é oficial! A missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) que apoia Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado vai abandonar o Teatro Operacional Norte (TON) devido a limitações financeiras. De acordo com o Presidente da República, Filipe Nyusi, a retirada da SAMIM não significa o fim do combate ao terrorismo, em Cabo Delgado, tendo ainda destacado que destacado o interesse manifestado por alguns países em estabelecer a cooperação bilateral para combater o terrorismo. Por seu turno, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação revelou que a SADC entendeu que a situação em Moçambique é consideravelmente estável comparada à escalada de violência no leste da República Democrática do Congo

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realizou, na última semana, a Cimeira extraordinária da troika do órgão de cooperação nas áreas de política, defesa e segurança, na qual decidiu a retirada definitiva das tropas da SAMIM em Julho do corrente ano.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, advertiu que a retirada da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral não significa o fim do combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, tendo na ocasião destacado o interesse manifestado por alguns países em estabelecer a cooperação bilateral para combater o fenômeno.

“ Tudo indica que até por aí quinze de Julho poderá constar como uma data em que se retiram e enquanto isso, como país, nós vamos continuar a intensificar as nossas forças, os países também se ofereceram para bilateralmente trabalhar connosco”, disse.
Nyusi para depois salientar que a SADC, como bloco regional, comprometeu-se a apoiar o país em caso de necessidade.

Por seu turno a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Veronica Macamo, revelou que os problemas financeiros estão por detrás da decisão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

“A SAMIM está a enfrentar alguns problemas financeiros e nós também temos de tomar conta das nossas tropas e teríamos dificuldades em pagar pela SAMIM. Os países não estão a conseguir colocar o dinheiro necessário”, disse Verónica Macamo.

Em virtude das limitações financeiros, segundo explicou a chefe da diplomacia moçambicana, a SADC entendeu que a situação no Teatro Operacional Norte está estável em comparação com o que se vive na República Democrática de Congo, país que tem mais de 120 grupos armados a lutarem pelo monopólio da exploração dos recursos naturais.

 “Os problemas em África são muitos e, neste momento, estamos com duas missões: República Democrática de Congo e Moçambique. E a SADC entendeu que, para Moçambique, caso outros países continuem a apoiar-nos com material, incluindo o letal, nós podemos ecfetivamente debelar o terrorismo”, disse.

Refira-se que, na sessão extraordinária da Troika, realizada em Lusaka, Zâmbia, o Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi, referiu que a situação de Cabo Delgado é relativamente calma se comparada às actuais necessidades do Congo, daí que defendeu que a prioridade neste momento é urgente apoiar a Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral na República Democrática de Congo.

“Gostaria de informar, Excelências, que embora tenhamos registado progressos no combate ao terrorismo e aos actos de extremismo violento na Província de Cabo Delgado através dos esforços do SAMIM, a situação de segurança no leste da RDC continua a ser preocupante. O ressurgimento de grupos armados, incluindo o M23, causou uma miséria indescritível à população do leste da RDC, com mais de 3 milhões de pessoas deslocadas, na sua maioria mulheres, raparigas e crianças. Durante a minha visita ao leste da RDC, constatei a necessidade urgente de apoiar a SAMIDRC para que a missão cumpra o seu mandato de restabelecer a paz e a segurança na região, proteger os civis e assegurar corredores para facilitar o apoio humanitário”, lê-se no discurso Elias Magosi

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