- Diogo defende investimento na mulher e nos jovens para a consolidação da unidade nacional
A antiga primeira-ministra, Luísa Diogo, foi a convidada de honra para a aula inaugural na Universidade Joaquim Chissano, na capital moçambicana, Maputo. “Consolidando a Unidade Nacional” foi o tema da apresentação de Luísa Diogo, tendo na ocasião defendido que “sem unidade nacional, Moçambique não existe”. De acordo com a antiga primeira-ministra, que defende a inclusão da mulher e da juventude para fortalecer a unidade nacional, os moçambicanos devem estar unidos para não enfraquecer a unidade nacional.
Esneta Marrove
Em Moçambique, a paz efectiva ainda é uma miragem devido a situação de terrorismo na província de Cabo Delgado.
Luísa Diogo mostrou-se preocupada com o actual estágio em que o país se encontra, tendo, por isso, defendido que é preciso salvaguardar a unidade nacional antes que seja tarde. Aliás, a antiga governante não tem dúvidas de que sem unidade nacional não há Moçambique.
“Moçambique é unidade nacional, sem unidade nacional não há Moçambique. O que existe é uma congregação de pessoas que pode ser enfraquecida facilmente dentro de fronteiras frágeis se não estiverem unidos e prontos para extinção”, disse Luísa Diogo, que defendeu ainda que “quem fomenta desunião está a fomentar a extinção de Moçambique como país, como povo”.
Segundo explicou a antiga governante, estes factores podem estar relacionados com os desafios de consolidação da unidade nacional no contexto da concorrência política, uma barreira que pode ser ultrapassada com educação cívica, patriótica e pela forma como os moçambicanos participam em diferentes frentes de desenvolvimento.
Luísa Diogo adverte que, caso não se consolide a unidade nacional, há sérios riscos de contribuir para a decadência da mesma. “São riscos que têm a ver, primeiro, com segurança e ordem públicas, têm a ver com a integridade territorial, que são os aspectos visíveis que podem ser postos em causa quando nós temos guerras e ataques, isso faz estremecer a unidade nacional. Em segundo lugar, a maneira como nós pensamos. Precisamos de consolidar como nós pensamos, como moçambicanos e onde estivermos e sabermos quem somos”.
Como solução para a consolidação da unidade nacional, a antiga Primeira-ministra defende que é preciso apostar na mulher e nos jovens.
“A maneira como iremos abordar a mulher e os jovens definirá o ritmo de consolidação da unidade nacional de Moçambique. Se nós abordarmos a mulher de uma determinada maneira, ela, sendo mais de 50% da população, se hoje abordamos de determinada maneira, deixando-a na periferia do desenvolvimento, então a nossa unidade nacional será precária, porque não investimos em mais de 50% da nossa população, independentemente do género”
Indo mais longe, Luísa Diogo referiu que a formação dos jovens pode igualmente contribuir para a tão almejada unidade nacional.
“Estamos a deixar de lado mais de 50% da população, com as suas características, valências e capacidades muito específicas. Dependerá da maneira que vamos abordar a juventude com seus problemas, seus deveres e obrigações a formação que damos se continuarmos a formar universalmente ou se trabalhamos também com certificações e com tudo isto para que ele participe de maneira responsável de acordo com a relevância da formação que ele teve”.