O Bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique declarou, à margem das celebrações do Dia dos Médicos Moçambicanos, que o Governo não tem capacidade para controlar as doenças não transmissíveis no país mesmo com avanços alcançados ao longo dos últimos anos. Na cerimónia da central da efeméride que lugar na Cidade da Beira, província de Sofala, foi inaugurado a primeira praça da saúde em Moçambique.
No dia dos médicos moçambicanos, o Conselho Municipal da Beira agraciou a classe com uma praça da saúde, uma infra-estrutura moderna única no país, tendo, por isso suscitado ciúmes ao Governo do dia, cujas figuras de proa política na província de Sofala não se fizeram presentes no acto da inauguração.
O Edil da Beira, Albano Carige disse que a construção da Praça foi mais um sonho concretizado de tantos outros que tem para com os beirenses. “Um dia enquanto dormia, sonhei com a Praça e quando acordei senti que era apenas sonho, mas levei o sonho e transformei em realidade e estou feliz porque satisfiz a preocupação dos heróis da bata branca”, sublinhou Carige.
Por sua vez, Milton Ratilal, Presidente da Associação dos Médicos de Moçambique (AMM) afirmou que a praça alivia o sofrimento que a classe passa, tendo aproveitado a ocasião para exigir a melhoria das condições de trabalho
“Exigir melhoria de condições de trabalho deve ser imperativo nacional e em nome da Associação Médica de Moçambique, em nome de médicos e em meu nome pessoal, manifesto um profundo agradecimento pela oferta da praça, bem-haja presidente do conselho municipal” disse Ratial.
As chamadas Doenças Crónicas não Transmissíveis, nomeadamente, doenças cardiovasculares, cânceres e doenças respiratórias crónicas constituem um grupo de patologias que tende a pressionar o sistema nacional de saúde.
Olhando para o actual cenário, a Ordem dos Médicos de Moçambique não tem dúvidas de que o Governo não tem capacidade para controlar as ditas doenças não transmissíveis.
“Infelizmente assistimos uma serie de incapacidade de resposta do nosso SNS o governo deve ter a coragem de assumir a incapacidade do SNS não estar preparado para os desafios de doenças não transmissíveis, as constantes roturas de stock de material cirúrgico como algálias, luvas, soros, escassez de antibióticos”, declarou Ratical.
De lembrar que foi à 28 de Março de 1992, que um grupo de médicos moçambicanos fundou a Associação Médica de Moçambique (de sigla AMM), congregando os esforços de toda uma classe que desde a gesta da independência nacional, ainda nas zonas libertadas, esteve sempre na linha da frente para a fundação e edificação do Estado Moçambicano.
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