Desde 2017, embora realize galas de premiações de atletas moçambicanos vencedores de provas internacionais em diferentes modalidades, entregando inclusive cheques gigantes, o Governo não tem estado a canalizar um tostão sequer às contas dos atletas. Encostado à parede, esta terça-feira, o secretário de Estado dos Desportos, Gilberto Mendes, em mais um capítulo de uma encenação que não está longe do fim, voltou a esboçar uma fuga para frente sobre o assunto, referindo que o pagamento depende do Ministério da Economia e Finanças (MEF), mas garantiu que já decorrem processos para o efeito.
Elísio Nuvunga
Depois de muito tempo remetido ao silêncio e remetendo sempre a discussão do assunto aos seus subordinados, o secretário de Estado dos Desportos, Gilberto Mendes decidiu, agora, dar a sua versão sobre uma dívida com atletas desde 2017. A seu estilo, sacode o capote e atira todas as culpas ao MEF dirigido por Max Tonela.
“O processo tal como foi indicado na conversa que tive com eles deveria ser desencadeado em Março depois de voltarmos de jogos de Acra (Gana). Agora está a correr os procedimentos nas finanças e quando as finanças estiverem com questão resolvida, iremos chamar os primeiros atletas. Em princípio vamos começar com os atletas de 2017”, assegurou.
O secretário do desporto tranquilizou aos atletas e o público em geral que não é interesse de governo não pagar, até porque foi o governo que criou essa lei.
“Portanto, se não quisesse enaltecer os atletas não teria sido criada a lei. É uma questão de disponibilidade de tempo correto para fazer este pagamento. Nós temos tido uma sequência de acontecimentos maus para todos nós e desporto acaba sendo dos mais prejudicado”, justificou, chamando à colação até intempéries e inundações.
Aliás, para justificar a morosidade que se alastra desde 2017, o secretário do estado diz que o país não se encontra em melhores condições, pois há famílias afectadas pelas últimas cheias, o que coloca o Governo “embaraçoso” na definição de prioridades.
“O Governo vai apoiar os municípios porque temos famílias a viverem debaixo da água. Poderia vos colocar uma questão também se acham que as finanças priorizam a quem? Um trabalho para tirar aquelas famílias que estão debaixo da água ou se paga premiações”, indagou Mendes, avançando que não se trata de grau de importância, mas “agora é questão de prioridade mesmo”.
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