Crise alimentar agravou-se em Moçambique

Em 2023, de acordo com o Relatório Global sobre Crises Alimentares, elaborado em conjunto por 16 agências da ONU e organizações humanitárias, a crise alimentar agravou-se a nível mundial e mais de 281 milhões de pessoas precisam de ajuda devido aos conflitos. Em Moçambique, apesar do país ter saído da lista dos países com risco de fome, assistiu-se a tendência do agravamento da crise alimentar.

O relatório elaborado pelas agencias das Nações Unidas refere que a magnitude da crise alimentar agravou-se em Moçambique, apontado que nos 12 meses do ano passado cerca de 3,3 milhões de pessoas em 72 dos 156 distritos analisados enfrentam altos níveis de insegurança alimentar aguda.

Aquele documento elaborado em conjunto por 16 agências da ONU e organizações humanitárias assinala ainda que dois distritos, recentemente, analisados ao nível da província de Cabo Delgado foram classificados em emergência, referindo que os ataques esporádicos perturbaram os sistemas alimentares, sendo que em Dezembro houve deterioração acentuada da insegurança alimentar.

O Relatório Global sobre Crises Alimentares sublinha, por outro lado, que, em 2023, cerca de 200 mil pessoas atingiram a fase de insegurança alimentar em virtude da escassez de oportunidades de emprego em áreas afetadas por choques climáticos e os conflitos reduziram o poder de compra das famílias.

No que a situação de Angola diz resposta, as agências das Nações Unidas e as organizações humanitárias alertam que a situação de insegurança alimentar pode piorar no ano em curso.

“Prevê-se que até 1,5 milhões de pessoas ou 5% da população enfrentem níveis elevados de insegurança alimentar aguda” em 2024, sublinha o documento. O aumento dos níveis elevados de insegurança alimentar aguda em 2024 “reflete a expectativa de fraca precipitação durante a época de colheita de 2023/24, as baixas reservas alimentares das famílias e a inflação persistente dos alimentos e dos combustíveis”, revela o relatório.

De salientar que o Relatório Global sobre Crises Alimentares refere ainda que o número de pessoas em situações críticas aumentou em 24 milhões no ano passado em comparação com 2022.