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Artistas e figuras públicas lamentam a Mortedo músico Moisés Manjate

Morreu na tarde de terça-feira, 30 de Abril, o icónico músico e guitarrista  moçambicano, Moisés da Conceição Manjate, aos 104 anos de idade, vencida por doença que há muito vinha lutando contra. Monjane, foi membro-fundador da “Banda Djambu” e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da marrabenta, um gênero que só ele e de forma sem igual recriava,  tornando-no numa das referências e um dos “instrumentos” chaves  da cultura moçambicana. Uma das célebres músicas que o consagrou ao lado da sua banda foi a sinfónica melodia “Elisa wê … Ngomara Saia”, um símbolo da Marrabenta que atravessa gerações e marca corações.

Elísio Nuvunga

Constitui uma marca indelével da marrabenta a música popular intitulada “Elisa wê … Ngomara Saia”, que tem o poder de atravessar o tempo e contagiar amantes de boa música de todas as gerações. Por detrás desta grande obra de arte e demais composições está Moisés Manjate, um dos integrantes da conceituada Banda Djambu..

Para além de cantar, encantar e levar o público ao rubro com sua guitarra, Moisés Manjate, gênio da marrabenta, conseguiu transmitir sua veia artística para sua árvore genealógica (filhos e netos) para além de outros artistas  que embriagara outrora com sua arte, e hoje em dia são  figuras renomadas na praça.

Entretanto, quis o destino que a sua voz se calasse para sempre  e por conta deste vazio no mundo das artes, em especial na marrabenta, familiares, amigos, artistas e figuras públicas lembraram seus feitos e contributos na música e igualmente endereçaram um eterno descanso ao trovador da marrabenta.

O antigo estadista moçambicano, Armando foi um dos que não perdeu a oportunidade para agradecer e homenagiá-lo pelos seus feitos na música moçambicana. Aliás, tratou de vincar com video e fotos a amizade que os dois nutriam um pelo outro.

“Manjate Moisés Manjate – 1920-2024. Vamos continuar a dançar a tua marrabenta, nesta e nas gerações vindouras. Um ícone como tu, é para sempre. Descanse em Paz, meu amigo”, escreveu na sua página do Facebook.

Já o músico Stewart Sukuma, apesar de imensurável dor com esta perda irreparável, prefere lembrar dos bons e melhores momentos que passou com o ícone da marrabenta.

“Qualquer palavra seria inútil para descrever uma das personagens mais importantes da nossa indústria musical. Conheci-o quando em 2008 escrevia a musica Xitchuketa Marrabenta por via do Inácio Magaia e dediquei esta música à primeira geração de tocadores da Marrabenta e fizemos uma pequena homenagem quando lançamos a música em público no África Bar. Nessa altura em nome dos musicos da Banda Nkhuvu oferecemos uma guitarr eléctrica porque soubemos na altura que tinham roubado a única guitarra que ele tinha”, escreveu Sukuma na sua conta do Facebook.

Dentre bons e melhores momentos, Sukuma, infelizmente, lamenta o facto de não se ter “aproveitado Monjane para saber mais sobre a marrabenta” pois “há tantas dúvidas e discussões sobre este tema que poderiam ter sido resolvidas com presença viva e física do Moisés”.

Moisés da Conceição Monjane, nasceu a 04 de Fevereiro de 1920, na capital moçambicana, Maputo. Aprendeu a tocar guitarra sozinho e a sua primeira actuação em público foi a convite da Administração Colonial, no então Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique, actualmente Centro Cultural Ntsindza, localizado no bairro do Xipamanine, na cidade de Maputo.

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