O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino, foi um dos grandes ausentes na sessão extraordinária do Comitê Central da Frelimo devido a uma viagem de trabalho. Nesta terça-feira, em declarações ao Evidências, confirmou a notícia do jornal de que, de facto, teve limitações para participar nos demais dois dias da sessão que durou três dias, no entanto, negou que tenha saído sem dar orientação, uma afirmação que viria a ser confirmada pelos demais combatentes abordados sobre a “instrução” deixada.
De acordo com Fernando Faustino, estava claro para os combatentes que Daniel Chapo é o candidato ideal e que sempre demonstrou respeito pelos veteranos, sendo que ainda na sexta-feira, “todos os combatentes receberam a orientação de que o candidato ideal é Chapo, é nele que devem votar”, aclarou Fernando Faustino, que ainda se encontra fora do país, enfatizando que não deixou dúvidas no que diz respeito a direcção de voto dos combatentes, que devia “ser, todo ele, dirigido ao camarada Chapo”, daí que viajou convicto de quem seria o candidato da Frelimo.
No entendimento da ACLLN, Daniel Chapo é um candidato que, pelo seu perfil e percurso, estava evidente que iria ganhar numa corrida que viria colocar de fora o Secretário Geral da Frelimo, Roque Silva, que perdeu de forma humilhante, a ponto de se sentir indigno de continuar a representar o partido, optando, em consequência da derrota, por renunciar ao cargo que vinha ocupando desde 2017.
O Govenador de Inhambane entrou na corrida eleitoral como “fauna acompanhante” e saiu vencedor. Aliás, Faustino esperava que a reunião na qual foi escolhido o candidato do partido no poder para as próximas eleições gerais terminasse na sexta-feira.
Segundo alguns Combatentes da Luta de Libertação Nacional no Comitê Central ouvidos pelo Evidências, Daniel Chapo mostrou-se próximo daqueles que no passado abdicaram da sua juventude para lutar pela independência nacional e, por isso, era importante endossar a sua candidatura.
De referir que Chapo não tem nenhum vínculo, quer directo quer indirecto, com a Luta de Libertação Nacional. E caso seja eleito nas eleições de Outubro, será o primeiro Presidente da República, nascido após a independência