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WaterAid defende criação de melhores condições para dignidade menstrual

Celebrou-se, no dia 28 de Maio corrente, o Dia Mundial de Gestão de Higiene Menstrual. À margem da efeméride, a organização não governamental (ONG) WaterAid, que também celebra dez anos de existência, apelou a criação de condições para uma dignidade menstrual para as mulheres, sobretudo adolescentes e jovens nas escolas. A celebração decorreu no Município da Matola-Rio, concretamente na Escola Básica de Jonasse, sob o lema “Juntos, Descontruindo Mitos e Tabus sobre a Menstruação em Moçambique“.

De acordo com o director nacional da WaterAid Moçambique, Adam Garley, é nos estabelecimentos de ensino que as raparigas passam mais desafios por conta da “défice de água” o que consequentemente abre espaço de agravar cada vez mais na higienização menstrual.

“Muitas escolas do nosso país enfrentam o desafio de acesso sustentável à água, ao saneamento digno e seguro, bem como à higiene, o que coloca em risco a saúde dos alunos, professores e do todo pessoal de apoio. Estudos apontam que o acesso à água ao e a higiene (ASH) tem uma forte relação com a permanência da rapariga na escola. A falta de condições apropriadas que permitem que as mesmas cuidem de higiene menstrual com segurança e dignidade torna o ambiente escolar nocivo à saúde dos alunos”, disse Adam Garley.

Na qualidade de representante do Governo, Olinda Tule, esposa do Governador da província de Maputo, reconheceu os desafios que assolam inúmeras escolas do país, defendendo que para reduzir a gravidade da situação o Executivo, organizações não governamentais (ONGS), o sector privado e a sociedade civil devem unir forças para garantir o acesso a produtos menstruais, melhorar as infraestruturas de saneamento, educação e sensibilização, combate ao estigma e discriminação, políticas de apoio e envolvimento da comunidade.

A Escola Básica de Jonasse, que conta com 4,614 alunos, dos quais 2, 092 são raparigas, através da implementação do projeto SHARE (Educação em saúde sexual reprodutiva), poderá se beneficiar de uma iniciativa de promoção de saúde e higiene menstrual, com vista a melhorar a qualidade de acesso e da procura dos serviços de saúde, com financiamento da Global Affairs Canada (GAC).

De acordo com os dados (2023) da Organização Mundial de saúde (OMS), e do Programa de Monitoria Conjunta (Joint Monitoring Programem) do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), revelam que mais de 400 milhões de crianças não tem sanitários decentes nas escolas, o que coloca também em risco a saúde dos alunos.

Refira-se que o lema escolhido no corrente ano visa chamar a todas esferas sociais a refletir até que ponto os mitos e tabus podem contribuir negativamente nas mulheres e raparigas no período menstrual sobretudo nas escolas. (Elicio Nuvunga)

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