- OMM na Zambézia insurge-se e acusa Paulino Lenço, Sábado Alamo e Manuel Franco de dividirem o partido
Horas depois de ter circulado pelas redes sociais uma carta da Organização da Mulher Moçambicana na Zambézia, dirigida ao Presidente do partido Filipe Nyusi e ao secretário geral interino, Daniel Chapo, exigindo anulação do processo de eleições naquele ponto do país por causa de irregularidades de vária ordem e indícios de fraude que já vinham a ser denunciados por outras vozes, a Comissão Política do partido dos camaradas decidiu mandar repetir as eleições.
De acordo com o Diário da Zambézia, que acompanha de perto o processo, a Comissão Política decidiu anular todo processo e mandar repetir as três eleições, nomeadamente: a eleição do cabeça de lista, dos candidatos a deputados da Assembleia da República e dos membros da Assembleia Provincial.
Assim, a realização das novas eleições está marcada para o próximo Sábado e será dirigida pelo Chefe da Brigada Central de Assistência à província da Zambézia, Aires Aly. Os membros do Comité provincial já foram devidamente notificados.
Recorde-se que naquele ponto do país, Pio Matos concorria sozinho à eleição do Cabeça-de-lista mas não conseguiu obter o mínimo de 25% dos votos para se eleger, adensando ainda mais a crise que se vive no seio dos camaradas na província da Zambézia, em que grupos rivais disputam o controlo das estruturas do partido e das oportunidades.
Segundo a denúncia da OMM que fez transbordar o copo, um grupo liderado pelo primeiro secretário provincial, Paulino Lenço, pelo deputado da AR e influente membro Sábado Alamo e pelo secretário de mobilização, Manuel Franco, esteve por detrás de toda a operação que culminou com a eleição de amigos, familiares e até “namoradas” dos chefes.
“Nós as Mulheres da Zambézia solicitamos a reposição dos nossos acentos por direito, que foram entregues aos jovens empresários por terem pagos valores avultados e as namoradas dos chefes do partido. Solicitamos a anulação dos resultados e exigimos a realização de segunda via de votação. A Zambézia é firmemente assegurada pelas mulheres, por isso cabe-nos questionar quando chega a hora dos benefícios a mulher não tem direito de usufruir sendo que foi devidamente regulamentado? A pergunta que se faz é, podemos sentar nas nossas casas? Afinal já não existe humanismo dentro do partido?”, questionaram as mulheres.
Na sua missiva dirigida a Filipe Nyusi e Daniel Chapo as mulheres da OMM representadas pela sua secretária denunciaram uma suposta tendência regional e tribal nas eleições, para além de actos de corrupção liderados por Paulino Lenço e seu grupo.
“O Camarada secretário, tem tendências de ser corrupto e tribalista, preferiu chumbar o Primeiro Secretario de Namacurra por este ser chuabo, para aprovar o Primeiro Secretario de Lugela por ser seu conterrâneo. Como se não bastasse, no processo eleitoral não houve nenhum pingo de transparência, as mulheres foram total e absolutamente humilhadas e proibidas de assistir de perto a contagem dos votos, sob orientação do secretário do comité provincial. Neste contexto, com o término da votação as 16:00 horas, houve um braço de ferro de modo que os membros do comité provincial fossem almoçar abandonando as urnas, tendo a contagem sido feitas as 18:00 horas”, denunciam.
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