- MISAU inicia vacinação com dados animadores sobres os efeitos da companha
- No primeiro semestre deste ano foram registados 196 óbitos intra-hospitalares, contra 211 mortes em igual período de 2023
Moçambique iniciou, nesta segunda-feira (05), a vacinação contra a malária no país, começando na província da Zambézia, Centro do país, com um grupo alvo de crianças dos seis aos 11 meses, anunciou o Ministério da Saúde (MISAU). De acordo com os dados do MISAU, Moçambique registou 6,2 milhões de casos de malária no primeiro semestre de 2024, menos 22% em igual período do ano passado, e o número de óbitos provocados pela doença baixou para 196.
Os dados foram partilhados esta segunda-feira pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, que falava na Zambézia, no lançamento da campanha de vacinação. Para o governante, “a malária continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública no nosso país e, em parte, condiciona o nosso desenvolvimento económico”.
Só nos primeiros seis meses deste ano, Moçambique registou cerca de 6,2 milhões de casos de malária contra oito milhões em igual período de 2023, o que representa uma redução em 22%. De acordo com Tiago, no primeiro semestre deste ano foram registados 196 óbitos intra-hospitalares, contra 211 mortes em igual período de 2023, representando uma redução na ordem de 7%.
“Os ganhos acima referidos resultam da utilização de intervenções combinadas e eficazes que têm impacto na redução do peso da malária no país”, afirmou o ministro, acrescentando que a nova vacina vai ser administrada em todas as unidades sanitárias da província da Zambézia.
“A selecção da província da Zambézia como pioneira está relacionada com o facto de ser a que tem o elevado peso da doença, medido pelo número de casos e óbitos”, referiu o governante, destacando igualmente que a vacinação vai expandir-se para todo o país a partir de 2025, em função do aumento da disponibilidade da vacina a nível global.
“A vacina contra a malária tem efeitos na redução dos casos graves e óbitos por malária”, pode ler-se num documento do Ministério da Saúde, que acrescenta que a vacinação que arranca esta segunda-feira representa um investimento, numa primeira fase, de 381 mil dólares, financiados pelo Governo e pela Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), entre outros parceiros.
As autoridades nacionais anunciaram anteriormente que será utilizada no país a R21/Matrix-M, segunda vacina contra a malária para crianças, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e aprovada em Outubro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).