Embaixador da Itália defende que Moçambique deve viver de donativos e evitar empréstimos

DESTAQUE ECONOMIA

Numa altura em que a dívida pública no país tende a subir a cada ano que passa, estando actualmente na ordem de 70% do Produto Interno Bruto, o Embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, defende que o Executivo deve evitar o máximo endividar o país e procurar viver de donativos ou créditos concessionários.

Dados revelados pelo Ministério da Economia e Finanças apontam que no primeiro trimestre de 2024 em curso a dívida pública de Moçambique cresceu cerca de 2,8%, ou seja, fixou-se nos 999 mil milhões de meticais.

Olhando para o actual cenário, o Embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, defende que o país deve abandonar a política dos empréstimos e apostar em donativos.

“Como solução, o país deve reduzir os níveis de endividamento e procurar financiamento externo de fundos concessionários ou donativos”, disse Gianni Bardini na entrevista concedida a Agência de Informacao de Moçambique para posteriormente observar que a dívida está a limitar o país a encontrar outras fontes de financiamento nas praças financeiras internacionais porque o seu nível de endividamento externo é insuportável.

Segundo o diplomata italiana, o Estado moçambicano gasta o grosso do Orçamento do Estado, ou seja 92%, para o pagamento de salários e dívida, ficando apenas com 8% para investir. Gianni Bardini entende que esta situação retranca o desenvolvimento do país em todas vertentes

“Neste momento, o financiamento internacional não tem muita disponibilidade. Para reduzir a dívida, Moçambique deve reduzir a sua despesa interna. Só assim pode recuperar a confiança de parceiros internacionais, mas isso não se resolve de noite para dia”.

Apesar da incerteza do presente, Bardini não tem dúvidas de que Moçambique está na rota do crescimento nos próximos, visto que terá receitas proeminentes da exploração do gás natural.

Ao contrário da TotalEnergies que se viu obrigada a suspender o seu projecto na província de Cabo Delgado devido ao terrorismo, a multinacional italiana ENI já começou a exportar o gás natural através do projecto Coral Sul FNLG. Na qualidade de representante da nação transalpina em Moçambique mostrou-se preocupado com o clima de instabilidade que se vive na província de Cabo Delgado, contudo, observa que Projecto Coral Sul FLNG não pode ser alvo das incursões dos terroristas devido a sua localização

“Segurança para ENI não é um problema porque o projecto da ENI é offshore. O gás está sendo extraído e liquefeito a 60 quilómetros da costa através de uma plataforma flutuante. E

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