- Amélia Muendane apresentada aos funcionários da empresa
Depois de tomar posse no dia 19 de Agosto, diante do primeiro-ministro, Amélia Muendane foi apresentada, recentemente, aos funcionários da empresa Aeroportos de Moçambique, como Presidente do Conselho de Administração (PCA), pelo ministro dos Transportes, Mateus Magala. Na sua primeira intervenção como PCA dos Aeroportos de Moçambique (ADM), Amélia Muendane comprometeu-se a trazer para o conhecimento do público, a breve trecho, o plano director que vai contribuir para o estabelecimento das linhas de actuação conjunta da aviação civil moçambicana, em direcção à transformação dos aeroportos nacionais, em destino internacional privilegiado.
“Prometemos engajar e fazer dos aeroportos de Moçambique, o nosso orgulho e destino preferencial”, pronunciou-se Amélia Muendane, que substitui no cargo Américo Muchanga, eleito PCA da LAM.
No seu discurso, Amélia Muendane fez saber que assume o desafio de conduzir os destinos dos Aeroportos de Moçambique (ADM) numa altura em que a conjuntura macroeconómica nacional tem registado uma ligeira aceleração, com o registo do crescimento do produto interno bruto em 3.2%, no trimestre de 2024.
Este crescimento, disse, foi sustentado pela melhoria do desempenho da indústria extractiva, que contribuiu com 10.4%; o sector terciário, com 4.8% e pelo sector do turismo, que registou uma avaliação positiva à volta de 4%.
“Este comportamento económico pode ser capitalizado como oportunidade no processo de alinhamento de estratégias para a dinamização dos nossos aeroportos e dos espaços aeroportuários, tornando-os fronteiras seguras e, ao mesmo tempo, destinos turísticos incontornáveis para a atracção do investimento estrangeiro, facilitação do comércio e na consolidação das relações entre povos a nível global”, referiu.
No entanto, a PCA da ADM afirmou que estava consciente de que o nível de utilização dos aeroportos moçambicanos ainda é bastante reduzido e, por isso, desafia a si e a todos os funcionários, a redobrarem esforços não apenas na melhoria da qualidade dos serviços, como também na transformação dos aeroportos nacionais em destinos turísticos de referência, na promoção do lazer e bem-estar dos utentes.
Para isso, Amélia Muendane garantiu que não descuraria a possibilidade de estar em parceria com outras agências e estimular cada vez mais a utilização dos aeroportos moçambicanos, aumentando o fluxo dos aviões e de pessoas, assim como capitalizar as actividades das companhias aéreas tradicionais, como por exemplo a TAP, a Ethiopian Airlines, a Qatar Airways e atrair novas companhias de referência, como são os casos da Kenya Airways, Air France, Emirates AirLines, entre outras, o que vai contribuir para o aumento da robustez financeira e sustentabilidade do negócio aeroportuário.
“Os resultados alcançados e os ganhos conseguidos nos pouco mais de 40 anos da nossa existência são encorajadores, mas não suficientes para nos acomodar, visto que ainda nos debatemos com imensos desafios na melhoria das infra-estruturas aeroportuárias, incluindo o alargamento das pistas de aterragem, na modernização do sistema de comunicações, requalificação dos nossos aeroportos, melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes, assim como na modernização aeroportuária e aprimoramento de todo o sistema, visando alcançar altos padrões internacionalmente aceites e competitivos”, apontou.
Para a nova PCA, os aeroportos de Moçambique devem ser uma instituição de elevado rigor profissional e com uma gestão orientada para resultados, o que impele a uma autodisciplina e integridade individual e colectiva.
“Só assim, a empresa estará preparada para enfrentar e vencer os desafios que possui e para consolidar-se como uma instituição exemplar no seu campo de actuação”, vincou.
Entretanto, Amélia Muendane assegura que apesar dos desafios, o sector de aviação civil em Moçambique possui um enorme potencial para o crescimento, o que exige de todos um esforço acrescido e implementação de medidas criteriosas, visando o aumento dos níveis de investimentos em infra-estruturas, adopção de novas tecnologias na gestão dos processos internos, desenvolvimento do capital humano, melhoraria da prestação e eficiência dos serviços aeroportuários, atraindo maiores fluxos internacionais a favor de Moçambique, visando impulsionar o crescimento económico, promover oportunidades de emprego e de negócios.
Nisso, observou que o sector não está alheio aos desafios da conjuntura política e económica nacional, regional e internacional. “Temos a consciência de que a posição geoestratégica de Moçambique constitui um elemento catalisador para tornar os aeroportos nacionais em espaços atractivos, quer para o movimento de pessoas e bens, quer para dinamizar as conexões e ou ligações regionais e internacionais de forma rápida, flexível, eficiente, segura e agradável”.
A este propósito, a PCA da ADM citou como referências, o Aeroporto Internacional de Incheon, da Coreia do Sul, um dos maiores e mais movimentados do mundo. Este aeroporto conta com um campo de golf, casinos, centros de beleza e de relaxamento, para além de uma variada cadeia de restaurantes convencionais e exóticos, sendo uma referência na atracção do investimento internacional para este país de rendimento médio alto do continente asiático.
Disse ainda que tem sido internacionalmente referido que o Aeroporto Changi de Singapura é o principal aeroporto de Singapura e um dos mais importantes aeroportos do sudeste da Ásia, que em 2013 recebeu 53,7 milhões de passageiros e recebe diariamente 136.738 passageiros.
Na sua composição, estão identificados, para além de hotéis, áreas de lazer, jardins, salas de cinema e piscinas, tornando o espaço aeroportuário num autentico centro turístico, onde homens e mulheres de negócios exploram espaços para negociar, concertar, conectar-se, numa base de networking, reduzindo o desperdício de tempo, ganhar prazer e ganhar amizades e, em simultâneo, estimular a capacidade financeira e sustentabilidade aeroportuária.
“Somos capazes e vamos chegar lá”, enfatizou Muendane, acrescentando que para isso, “façamos juntos e unidos os nossos aeroportos que sejam internacionalmente conhecidos como destinos de qualidade, eficiência e segurança, tornando, deste modo, Moçambique um destino de referência internacional”, defende.
Para isso, a PCA da ADM sublinha que deve ser tomada como bandeira a transformação de desafios em estratégias e estratégias em acções que se traduzam em resultados, a melhoria dos serviços aeroportuários pela capacidade de arrecadação de receitas, porque o potencial existe.
“Transformemos o trânsito para Moçambique em chave do prazer e do bem-estar”, exortou a nova PCA aos funcionários, representados na cerimónia da sua apresentação pelos directores das áreas centrais e assessores do Conselho de Administração. “Aeroportos de Moçambique, sejamos um destino e travessia incontornáveis”, frisou.
PROSSEGUIR COM AS REFORMAS
Por sua vez, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala disse que a nova PCA dos Aeroportos de Moçambique traz uma visão que proporciona uma esperança para o futuro bem para o sucesso da empresa.
“O quadro empossado no dia 19 de Agosto, pelo primeiro-ministro, para o cargo de Presidente do Conselho de Administração dos Aeroportos de Moçambique, foi seleccionado tendo em conta a sua vasta experiência e conhecimento acumulado na área de gestão e direcção, que se ajusta aos actuais desafios da empresa Aeroportos de Moçambique”, afirmou Magala.
Assim, disse o ministro, é convicção do Governo de que com o apoio de todos os quadros da empresa, o seu longo percurso e as valências acumuladas, a empresa Aeroportos de Moçambique recebe uma líder que vai prosseguir com a implementação das reformas que a empresa precisa para responder aos actuais desafios do melhoramento do transporte aéreo em Moçambique, em particular, e do sector em geral.
Nesse contexto, revelou que o sector dos transportes e comunicações está a implementar reformas necessárias às empresas do sector empresarial do Estado.
“No essencial, é que as empresas do Estado, como a ADM, devem cumprir o seu papel estratégico na dinamização do desenvolvimento do país e, ao mesmo tempo, implementar uma gestão comercial, que gera lucros e receitas para financiar a economia nacional e o Estado moçambicano”, desafiou.
Os gestores das empresas, destacou, devem libertar toda a iniciativa para assegurar que as empresas públicas e participadas sejam verdadeiros centros de produção, autofinanciando-se para permitir a libertação dos recursos do Estado no financiamento das áreas sociais.
“As empresas do Estado ou participadas não devem ser centros de custos ou ficar à espera do Estado para serem financiadas. Isso estaria a contrariar o princípio e a essência da sua criação”, anotou.
Aliás, Mateus Magala destacou que a “empresa Aeroportos de Moçambique está a atravessar um momento crucial, tendo em conta a retoma da vitalidade da aviação civil no país e no mundo, depois da recessão nos últimos anos, devido à Covid-19”, apontou.
Em relação à visão do Governo, o ministro revelou que “nós projectamos uma aviação civil que se reposiciona no mercado para explorar oportunidades, geradas pela dinamização do turismo, bem como pela logística para a implementação de grandes projectos de exploração de recursos naturais que está a acontecer no nosso país”.
Já o antigo PCA da empresa, recentemente eleito para o mesmo cargo na LAM, Américo Muchanga, sublinhou que com a nomeação de Amélia Muendane para PCA da ADM, está convicto que virá uma maior dinâmica para o desenvolvimento da empresa.
Referiu ainda que os desafios que a empresa tem são enormes mas tinha a certeza que Amélia Muendane possui toda capacidade para tornar os aeroportos de Moçambique numa referência internacional.
“Transformar a aviação em Moçambique é um imperativo nacional, porque como sabem, o nosso país deposita uma parte do seu futuro no desenvolvimento do turismo e é impossível termos um sector do turismo sem uma empresa de aviação forte, porque é a forma que os nossos visitantes tem de chegar e sair do nosso país”, disse Américo Muchanga, recentemente eleito Presidente do Conselho de Administração da LAM.
Por isso, acrescentou, há uma responsabilidade colectiva de assegurar que este sector se desenvolve e que as empresas que operam no sector funcionem de forma adequada.
A cerimónia contou com a presença do presidente da Autoridade Reguladora da Aviação Civil, Comandante Abreu, e de um representante do IGEPE.