Moçambique faz parte dos 27 países africanos mais endividados a nível externo, mas com investimentos “invisíveis” nos sectores básicos da nação, dentre vários a educação, saúde, transporte e infraestrutura. O facto foi revelado, na quarta-feira, 28 de Agosto, na capital do país, durante o IV Fórum Africano da Dívida (AfCoDD) que decorreu sob o lema “Crise da Dívida de África: perspectivas e alternativas feministas pan-africanas”.
De acordo com o presidente executivo do Fórum Africano da Dívida, Jason Bragaza, tais dívidas efectuadas por líderes africanos não tem em vista responder a demanda das necessidades do povo, aliás, os países endividados acabam investindo mais no pagamento das mesmas em detrimento do desenvolvimento em áreas como saúde, educação e diversas.
“A dívida pública afecta todos os cidadãos não só em Moçambique como em muitos países de África. Cerca de 27 países têm estado endividado e maior parte dos países acabam investindo mais no pagamento da dívida ao invés no pagamento de serviços básicos como saúde e educação. É por isso que o tema para este ano tem a ver com a perspectiva feminista das mulheres africanas que é para o caso da abordagem dessas questões de dívidas e em particular focamo-nos nas mulheres do nosso país porque elas contribuem porque contribuem muito para a nossa economia”, disse Bragaza.
Por sua vez, director executivo do Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, lamentou com bastante preocupação a situação do continente sobretudo de Moçambique que, por tamanho endividamento, não pode mais efectuar as dívidas externas o que consequentemente obriga o estado a pautar por endividamento interno, o que no entender do académico, mais uma vez agrava a situação.
“Moçambique não pode mais ir para fora endividar-se porque é um país caloteiro por outro lado, é um país que atingiu o seu limite de espaço fiscal e continuamente tem que se endividar internamente para conseguir pagar gasóleo, transporte, alimentos pagar coisas simples para o estado funcionar e, isso ao invés de melhorar está a piorar a situação do país”, referiu Nuvunga. (Elísio Nuvunga)
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