Eleições Gerais: Bispos Católicos dizem que fraudes contribuíram para o elevado índice de abstenções

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Na votação que teve lugar nos dias 09 e 12 de Outubro em curso apenas nove milhões do universo de 17 milhões de eleitores inscritos e que se fizeram às urnas. Olhando para os altos índices de abstenções no processo eleitoral em curso, os Bispos Católicos não têm dúvidas de que as irregularidades e fraudes nas eleições anteriores estão por detrás deste fenômeno, apelando, por isso, a uma profunda reflexão.

A abstenção foi a grande vencedora das Eleições Gerais, Legislativas e das Assembleias Provinciais. A Igreja Católica, enquanto instituição apartidária, mostrou-se preocupada com o elevado índice dos eleitores que preferiram ficar em casa ao invés de ir votar , tendo observado que tal facto deriva do facto de não ser respeitada a vontade do povo expressa através das urnas.

“Reflictamos sobre estas últimas eleições: mais de metade dos moçambicanos que tinham sido inscritos, não se fizeram presentes para exercer o seu direito ao voto. Assistimos à mais elevada abstenção eleitoral na nossa história de eleições multipartidárias, o que parece indicar que as irregularidades e fraudes registadas em eleições anteriores demonstraram a grande parte da população que a sua vontade, expressa nas urnas, não é respeitada, tornando inútil o exercício deste importante direito cívico”, referem os Bispos Católicos para depois falar das irregularidades registadas um pouco por todo país no dia 09 de Outubro.

“Infelizmente, mais uma vez, verificaram-se fraudes grosseiras. Repetiram-se enchimentos de urnas, editais forjados e tantas outras formas de encobrir a verdade. As irregularidades e fraudes, a grosso modo impunemente praticadas, reforçaram a falta de confiança nos órgãos eleitorais, nos dirigentes que abdicam da sua dignidade e desprezam a verdade e o sentido de serviço que deveria nortear aqueles a quem o povo confia o seu voto. Desta forma, empurram o povo não só a comprovar as suas desconfianças, mas também a se questionar sobre a legitimidade dos eleitos”.

Para que travar a violência, os crimes políticos e o desrespeito pela democracia, a Igreja Católica apela aos órgãos de administração eleitoral para terem “a coragem do diálogo, de apurar de forma transparente os resultados das eleições publicando e confrontando os editais originais na posse dos vários intervenientes”, exortado igualmente o envolvimento de “instituições competentes e sérias do país na gestão dos processos eleitorais, presentes e futuros”

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