O Banco de Moçambique, Comité de Política Monetária (CPMO), reduziu de de 13,50% para 12,75% a taxa de juro de política monetária, ou seja, taxa MIMO. Por outro lado, a divida publica aumentou 95,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2023.
De acordo com o Banco Central, esta decisão de reduzir a taxa MIMO deriva da contínua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante as incertezas quanto à duração da tensão pós-eleitoral e o seu impacto sobre os preços de bens e serviços.
Apesar dos ultimos acontecimentos que impactaram sobremaneira a economia nacional, o Comité de Política Monetária concluiu que o sistema financeiro nacional continua sólido e resiliente.
“As perspectivas da inflação mantêm-se em um dígito, no médio prazo. Em Outubro de 2024, a inflação anual fixou-se em 2,7%, após 2,5% em Setembro. A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, manteve-se estável. A manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflecte, essencialmente, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO”, refere o Banco Central para depois apontar que a crise pós – eleitoral vai condicionar o crescimento da economia nacional no terceiro trimestre do ano em curso.
“Perspectiva-se, no médio prazo, um crescimento económico moderado. No terceiro trimestre de 2024, o crescimento do produto interno bruto (PIB), excluindo o gás natural liquefeito (GNL), situou-se em 2,8%, após 3,6% no trimestre anterior, e antevê-se que se mantenha modesto até finais de 2024. Quando incluído o GNL, o PIB cresceu 3,7%, após 4,5% no trimestre anterior. Apesar da prevalência de incertezas quanto aos impactos da tensão pós-eleitoral e dos choques climáticos na produção agrícola e nas infra-estruturas diversas, prevê-se, no médio prazo, que a actividade económica cresça de forma moderada.”
Naquele que foi o último ano do ciclo de governação de Filipe Nyusi, pressão sobre o endividamento público interno manteve-se elevada, uma vez que dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 408,1 mil milhões de Meticais, o que representa um aumento de 95,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2023.
Actualmente, os efeitos da falta de divisas alastraram-se para o sector bancário que se viu obrigado a apertar os limites diarios. No entanto, o Banco Central aponta que o sector mantém-se sólido, capitalizado e resiliente, justificando que em Outubro de 2024, os rácios de solvabilidade e de liquidez fixaram-se em 25,8% e 48,6%, respectivamente, cifras acima dos níveis mínimos regulamentares, de 12,0% e 25,0%.
Apesar da escassez de divisas que impactou sobremaneira as importações nos últimos meses, o Banco de Moçambique vinca que as reservas internacionais brutas, excluindo grandes projectos, situam-se em níveis suficientes para cobrir cerca de cinco meses de importações de bens e serviços.