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A convite do Presidente da República, Daniel Chapo, na sua recente deslocação à Sevilha, em Espanha, a margem da Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), o presidente do Grupo Banco Mundial, Ajay Banga, visitou, este sábado, a Hidroelétrica de Cahora Bassa e sobrevoou o vale do Zambézia até ao local de implantação do projecto Mphanda Nkuwa, tendo deixado garantias de financiamento às ambições de Moçambique de se tornar no principal polo energético da região e do continente.
A primeira visita oficial de Ajay Banga em solo moçambicano serviu para solidificar uma parceria estratégica focada no desenvolvimento do vasto potencial energético do País.
No seu discurso após receber explicações sobre o funcionamento da hidroelétrica por parte do PCA da HCB, Tomás Matola, Ajay Banga, expressou o seu entusiasmo ao descobrir as potencialidades da matriz energética diferenciada do País.
“Você tem tudo neste País para criar o melhor tipo de capacidade para energia e transmissão: hidroeléctrica, gás natural, solar e eólico. Francamente, nesta parte da África, ninguém tem a capacidade ou a possibilidade de fazer o que pode ser feito com os activos deste País,”disse.
O presidente do Banco Mundial partilhou da visão de Moçambique, descrevendo-a como “uma oportunidade real de não apenas ver e entender o que foi feito há 50 anos [com Cahora Bassa], mas que agora pode ser a base do próximo sector de investimentos”.
Banga detalhou o mecanismo de apoio que o Grupo Banco Mundial pretende mobilizar, comparando-o a “uma orquestra que toca uma boa música”. Este apoio envolverá o IFC (Corporação Financeira Internacional) no desenho de projectos e financiamento em parcerias público-privadas, o IBRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) na concessão de garantias de risco parcial, a MIGA (Agência Multilateral de Garantia de Investimentos) na oferta de seguro contra risco político, e a IDA (Associação Internacional de Desenvolvimento), que disponibilizará financiamento concessionário para as linhas de transmissão e preparação dos projectos.
Por sua vez, o Presidente Daniel Chapo reiterou a visão estratégica do país.
“Nós pretendemos ser o hub da distribuição de energia eléctrica ao nível da região da África Austral”, declarou o Chefe de Estado, detalhando que talhou que os projectos que compõem esta ambiciosa matriz energética incluem a expansão da capacidade da HCB e o novo projecto de Mphanda Nkuwa com 1.500 megawatts.
A estratégia contempla ainda o aproveitamento do gás natural, com projectos como a Central Térmica de Temane, e um forte investimento em energias renováveis, com destaque para a construção de uma nova central solar de 400 megawatts junto a Cahora Bassa e o desenvolvimento de centrais eólicas.
O Presidente Chapo destacou o simbolismo do momento, notando que a HCB celebrou 50 anos em 2025, coincidindo com o cinquentenário da independência nacional.
Ambos os líderes sublinharam que a colaboração não se esgota no sector energético. A parceria estratégica com o Banco Mundial abrangerá outras áreas cruciais para o desenvolvimento de Moçambique, como o turismo, a agricultura e as infra-estruturas, com foco no desenvolvimento dos corredores logísticos de Maputo, Beira e Nacala e na reabilitação de estradas vitais como a Estrada Nacional N.º 1.
Ajay Banga concluiu as suas declarações com uma nota de optimismo, destacando o maior activo do país: a sua juventude.
“Se nós conseguirmos que esses jovens tenham ocupações produtivas, esperança e optimismo, então eu acho que temos um futuro óptimo em frente para este país”, concluiu.



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