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“Acordo com o Ruanda [para combate ao terrorismo] é de carácter sigiloso”-  PR

O Presidente da República, Filipe Nyusi reafirmou, esta quinta-feira, que Moçambique não paga nenhum tostão ao Ruanda pelo empenhamento dos seus quase dois mil homens no combate ao terrorismo em Cabo Delgado e que a sua missão enquadra-se no âmbito de um acordo de cooperação militar, que, no entanto, asseverou ser de carácter sigiloso e por via disso em nenhuma hipótese seu conteúdo será tornado público. Na ocasião, declarou que as forças ruandesesas não estão no país para perseguir opositores o regime de Kigali.

“Ao abrigo do acordo de cooperação bilateral que existe com o Ruanda desde a década de 1990, celebramos um memorando de entendimento sobre a cooperação no sector da defesa e segurança, bem como o acordo relativo à força de apoio no combate ao terrorismo em Moçambique”, afiançou Filipe Nyusi, há instantes, durante o seu informe anual sobre o estado geral da nação à Assembleia da República.

No entanto, segundo Filipe Nyusi, termos de acordos de cooperação no domínio militar não são tornados públicos em nenhuma parte do mundo.

“Não existem exemplos no mundo de acordos militares que são publicados. Existe lá uma cláusula de sigilo. A partir do momento que eu chego nesta casa que é do povo e dizer que fizemos isto, isto e isto, estou a violar o acordo. Não existe nenhum país que faz isso, não inventem”, referiu Nyusi.

Filipe Nyusi respondeu assim, a uma questão insistente dos deputados da oposição e de vários extractos da sociedade moçambicana, pelo facto dos três acordos assinados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi e o seu homólogo do Ruanda, Paul Kagame, no passado dia 25 de Setembro, não terem sido tornados públicos.

O Presidente da República destacou ainda que o apoio do Ruanda não tem preço, porque trata-se de salvar vidas, evitar a decapitação de pessoas e a destruição de bens, por isso instou ao povo moçambicano a mostrar a sua gratidão, em vez de criticar a presença de tropas ruandesas no país.

“A República do Ruanda encontra-se no país a dar vida de alguns dos seus melhores filhos. Este saxcrifício só pode merecer o máximo carinho e respeito por parte do povo moçambicano. O mandato das forças estrangeiras é de ajudar às forças moçambicanas. Todas as Forças devem ser saudadas e acarinhadas”, disse Nyusi, acrescentando que “o contigente do ruanda não veio aqui para perseguir ABC ou D”, numa clara alusão às queixas da comunidadade ruandesa em Moçambique sobre alegada perseguição do regime de Paul Kagame.

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