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Aeroportos de Maputo, Nampula e Pemba no rol dos corredores de tráfico de drogas e produtos de vida selvagem

Em Dezembro de 2022, a Procuradora – Geral da República, Beatriz Buchili, declarou que Moçambique deixou de ser um corredor de tráfico de drogas para ser destinatário. No entanto, uma recente pesquisa intitulada “Convergência de Crimes de Vida Selvagem e outras Formas de Crime Organizado Transnacional na África Oriental e Sul”, levada a cabo pela A Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC), coloca os Aeroportos de Maputo, Nampula e Pemba como corredores de tráfico de drogas e da vida selvagem.

Texto: Duarte Sitoe

Embora a Procuradora – Geral da República tenha anunciado em viva – voz que o país presidido por Filipe Nyusi deixou de ser corredor de drogas, em Janeiro do corrente ano a GI-TOC referiu que Moçambique continua a ser um dos importantes corredores de trafego de drogas, tendo apontado os portos de Pemba e Nacala no rol dos portos mais importantes na recepção de drogas na África Austral.

Depois de colocar os Portos de Pemba e Nacala no mapa do tráfico de drogas na África Austral, no seu mais recente relatório, a Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional revela  que os Aeroportos de Maputo, Nampula e Pemba são corredores de tráfico de drogas e produtos da vida selvagem.

Para a GI – TOC, o Aeroporto Internacional de Maputo, a par do Aeroporto Internacional Oliver Tambo na África do Sul, é um dos correios usados para exportar drogas para a Índia, sendo que as mesmas entram pelo norte da costa moçambicana e seguem via terrestre para Maputo onde posteriormente são transportados por via aérea para àquele país asiático.

A rede global, composta por mais de 600 especialistas em todo o mundo, refere ainda que o tráfico de drogas é controlado pelos funcionários do   maior aeroporto do país

“O tráfico no terminal de cargas do aeroporto de Maputo é maioritariamente controlado por um funcionário da Divisão de Ambiente da Polícia de Moçambique. Observa-se que esse indivíduo-chave tem um estilo de vida que está além das possibilidades de um funcionário do Governo de nível médio em Moçambique. O contrabando é levado para o terminal de cargas de três maneiras principais”, revela o relatório para posteriormente apontar na terminal de passageiros o tráfico “é maioritariamente controlado por dois funcionários que trabalham para o Departamento de Inspecção do Ministério da Agricultura, sediado no aeroporto: um funcionário superior e o seu assistente e o pessoal de plantão”.

No que respeita aos números, a pesquisa A Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional aponta que, entre 2016 e 2021, 108 pessoas foram detidas no Aeroporto Internacional de Maputo por terem sido surpreendidas na posse drogas, nomeadamente,65 quilos de cocaína, 81,5 quilos de heroína, 85,5 quilogramas de metanfetamina, 70 quilogramas de efedrina, 202,5 quilos de mira/khat e 1,4 quilo de ecstasy.

Ainda no período em alusão, 12 pessoas foram presas após terem sido flagradas pelas autoridades da lei e ordem na posse de produtos de vida selvagem com destaque chifres de rinoceronte, marfim, escamas pangolim, dentes e garras de leão.

De lembrar que em 2019 o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) alertou que Moçambique se tornou num corredor de grandes volumes de substâncias ilícitas, principalmente, heroína, tendo defendendo uma maior cooperação internacional para a prevenção desse mal.

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