Edmilson Mate
É, sem dúvida, triste e preocupante testemunhar o aumento do consumo de drogas no seio da juventude, uma realidade que está a assolar comunidades, não só a nível nacional, mas também internacional. Em Moçambique, segundo o Gabinete Central de Combate à Droga, entre 2020 e 2021 houve um aumento de 14% de casos de toxicodependência, uma subida de 9.700 casos, em 2020, para mais de 11.100, em 2021.
O consumo de drogas no país tende a ganhar espaço de forma silenciosa, especialmente em áreas urbanas, como a Cidade de Maputo, com destaque para as zonas de Chamanculo, Mafalala e Zona militar, vulgarmente conhecida por Colômbia, onde o consumo de drogas ilícitas está cada vez mais a ganhar terreno.
As drogas, historicamente associadas a pessoas mais velhas e com uma aceitação limitada, agora representam uma ameaça significativa à segurança pública e ao tecido social dessas localidades, pois após o consumo das mesmas os jovens perpetuam assaltos nas várias artérias da cidade de Maputo, causando uma ameaça a ordem e tranquilidade pública, são jovens na flor da idade, com força que se tivessem um apoio psicossocial, conscientização, poderiam contribuir para o desenvolvimento do país.
Mafalala, conhecido por sua rica história cultural, nos dias que correm cada vez mais vem enfrentando desafios consideráveis com o avanço do consumo de drogas e cada vez mais perdendo o seu valor histórico por conta de roubos em plena luz do dia, a necessidade de intervenção torna-se premente e a abordagem desse tema, através de palestras nas escolas e universidades, deve ser aberta, colaborativa e direccionada a soluções práticas, deve-se conscientizar os jovens pautarem a não pautarem pelo consumo de drogas.
A prevenção, educação e acesso a tratamentos são pilares fundamentais na reversão dessa tendência prejudicial. É imperativo que as autoridades locais, organizações não governamentais e a comunidade em geral unam esforços para implementar estratégias eficazes de combate ao consumo de drogas, pois os jovens têm visto o consumo de drogas como a escolha certa para afogar as suas frustrações e este consumo acaba tornando-se um fator de dependência e prejudicando o seu desenvolvimento pessoal e profissional
Investir em programas que ofereçam alternativas positivas e oportunidades de desenvolvimento para os jovens é crucial. Essas iniciativas poderiam afastar os jovens do ciclo vicioso das drogas, proporcionando opções construtivas para seu crescimento pessoal e profissional. A educação e conscientização desempenham um papel imprescindível, capacitando os jovens a tomar decisões informadas e saudáveis.
Enfrentar o problema das drogas requer uma abordagem holística e colaborativa. Não basta apenas tratar os sintomas; é essencial abordar as causas subjacentes desse comportamento, pode ser problemas familiares, complexos de inferioridade, entre outros. Somente por meio de uma acção coordenada, sustentada e comprometida será possível reverter essa preocupante tendência e oferecer um futuro mais saudável e promissor para a juventude moçambicana e em particular para o desenvolvimento desta pérola do índico, num passado não muito distante, o PR Filipe Jacinto Nyusi afirmou, durante uma entrevista à ONU News, nos Estados Unidos da América (EUA), que “os jovens são a razão da existência de Moçambique”. Portanto, há que se prestar atenção nos jovens, e o governo, e em particular a Secretaria de estado juventude e emprego (SEJE), possa satisfazer as suas preocupações mínimas.
Neste chamado à acção colectiva, é essencial que a sociedade moçambicana, em todas as suas instâncias, una forças para enfrentar esse desafio, protegendo não apenas a saúde física e mental dos jovens, mas também preservando o tecido social que é vital para o crescimento e prosperidade de Moçambique.