Mais uma multinacional evoca força maior para suspender as suas operações na província de Cabo Delgado. Ao contrário da TotalEergies, que suspendeu as suas actividades, na sequência do ataque à vila de Palma, em Março de 2021, a Syrah Resources Ltd. apoiou-se na crise pós – eleitoral para suspender as operações na sua mina de grafite em Balama, arredores da província de Cabo Delgado.
Na sua versão dos factos, a mineradora australiana, citada pela Bloomberg, alega que as suas ações despencaram até 32% o que, de certa forma, pesou para que deixasse de pagar os empréstimos apoiados pelo governo dos Estados Unidos da América.
Por outro lado, a Syrah Resources Ltd aponta que a crise pós – eleitoral em Moçambique condiciona sobremaneira os compromissos firmados com os credores.
“Os impactos e a duração das ações de protesto desencadearam eventos de inadimplência nos empréstimos da empresa com a United States International Development Finance Corp. e o Departamento de Energia dos EUA”, refere a Syrah.
Segundo a multinacional australiana, o transporte para a mina de Balama, que fornece grafite — um componente importante nas baterias para veículos eléctricos — e a operação de uma fábrica de processamento continuaram interrompidos.
“Os esforços sustentados da empresa para alcançar uma resolução positiva das acções de protesto através de um diálogo legal e construtivo com as autoridades governamentais de Moçambique, líderes comunitários anfitriões e manifestantes, e a procura de vias legais, não tiveram sucesso até à data”, disse Syrah
De lembrar que, em dezembro de 2021, a Syrah celebrou um acordo com a Tesla Inc. para fornecer grafite de sua fábrica em Louisiana, que obtém material de Balama.