· Docentes de Malhazine e Zona Verde boicotam correção dos exames
Com o propósito de pressionar o Governo para efectuar o pagamento das horas extras em atraso, os professores, um pouco por todo o país, decidiram boicotar a correção dos exames do ensino secundário. No entanto, na Escola Secundária Malangatana Valente Nguenha, arredores da Cidade de Maputo, parece que a classe docente está desalinhada, uma vez que alguns professores cederam às ameaças da directora daquele estabelecimento do ensino e estão a corrigir os exames, facto que inquieta sobremaneira os que continuam em greve.
Vive-se um ambiente de cortar à faca na Escola Secundária Valente Nguenha na sequência de alguns professores terem abandonado a greve para corrigir os exames. A atitude dos docentes que cederam às ameaças da directora daquele estabelecimento de ensino não caiu no seio da classe que os chama de covarde e lambe – botas.
Aliás, os professores que ainda estão em greve denunciam que a correção dos exames está sendo feita apenas por um docente por cada disciplina ao inves de grupos de correção.
“Neste momento vive-se uma onda de intimações verbais e telefónicas na Escola Secundária Malangatana Valente Nguenha, Distrito KA MAXAKENI. Os professores lambibotas, covardes, puxa-sacos, etc estão a ser intimidados pela directora da escola para corrigirem os exames. Violando os princípios básicos da composição de grupos de correcções dos exames plasmado no regulamento de avaliação do ensino secundário geral. Onde já se viu a correção dos exames só com um único professor por cada disciplina? Quem fará a segunda correcção dos exames?”, questionou a fonte que preferiu se identifcar por professor do futuro.
Perante a postura dos colegas, o professor do futuro não tem dúvidas de que os mesmos estão a colocar em perigo os que continuam em greve, daí que exorta a classe para estar unida na luta pelos seus direitos.
“A classe dos professores para ser respeitada precisa de se impor e não ceder chantagem ou ameaças ̔ o sim, o não e o basta̕ deve ser do colectivo e não podem aparecer facções no seio dos colegas. Porque as facções internas colocam por terra as reivindicações para o bem de todo colectivo sobre o pagamento das horas-extras. A covardia e ambiguidades de certos colegas pode minar as relações interpessoais, profissionais do presente e no futuro. É um momento de se colocar a mão na consciência e lutar se para o bem de todos que é o pagamento das horas-extras sobre o risco de não aparecer heróis e vilões no meio disso tudo. Os colegas que estão a corrigir os exames agora…tem noção do perigo que estão a criar neste momento?”
Professores de Malhazine e Zona Verde boicotam correção dos exames
A classe docente entende que o Governo que vai tomar posse em Janeiro de 2025 terá outras prioridades, exigindo, por isso, que o pagamento das horas extras em atraso sejam pagas antes do Filipe Nyusi terminar o seu segundo e último ciclo de governação.
Na Escola Secundária de Malhazine, também na Cidade de Maputo, os professores boicotaram a correção dos exames e garantem que só vão corrigir os mesmos depois de ver a cor do dinheiro.
“Estamos cansados de promessas. Desta vez quem vai beber agua será o Governo. Já estamos cansados de promessas, queremos que os nossos direitos sejam respeitados. Ao inves de pagar horas extras foram comprar carros de luxo. Essa atitude mostra que os nossos governantes nao estão preocupados com o desenvolvimento do sector. Uma viatura pode pagar horas extras de mais de 10 professores. Infelizmente, só vamos corrigir os exames depois de receber o que nos é de direito”, disse um professor para um outro acrescentar que a classe vai lutar até às últimas consequências pelos seus direitos.
“Percebemos que os que governam desprezam os professores. São promessas atrás de promessas. Vamos lutar pelos nossos direitos até às últimas consequências. Não faz sentido o que esta a acontecer o Governo nos deve mais de dois anos de horas de extras e na hora de pagar sempre inventa desculpas. O presente ano lectivo está comprometido. Só vamos corrigir o exame mediante ao pagamento do que nos devem.
Por sua vez, os professores da Escola Secundária da Zona, arredores do Município da Matola, para além de boicotar a correcção dos exames, cantaram músicas de reivindicações exigindo o pagamento imediato das horas extras em atraso.