O jornalista e agora membro sênior do partido PODEMOS está em parte incerta, sendo que os últimos dias apareceram notícias dando conta do seu desaparecimento físico. No entanto, a Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos (RMDDH) não confirma a morte de Chissale, referindo que as informações que circulam são, em grande parte, fruto das interpretações feitas por colegas que participaram nas buscas.
Ainda não é um dado adquirido de que Arlindo Chissale perdeu a vida. A Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos fez uma investigação e constatou que Chissale falou pela última vez com a esposa por volta das 20 horas no dia 07 de Janeiro quando viajava para Nacala – Porto vindo de Pemba, sendo que duas horas depois o telefone foi desligado.
Segundo informações que a RMDDH teve no terreno, o carro no qual seguia Arlindo Chissale foi interpelado pelas autoridades da lei e ordem que o ordenaram para que saisse para a viatura que se faziam transportar.
“Ao chegarmos ao terreno para investigação, identificamos que Silva Macua no distrito de Ancuabe, seria o ponto inicial para colecta de informações. Dualrante nosso trabalho na área, um jovem relatou ter presenciado um incidente envolvendo polícias, onde o Chissale teria sido ordenado para descer do veiculo mini-bus, o qual o transportava com destino a Nacala-Porto, para entrar na viatura que vinha com os agentes, sem chapa de inscrição. Isto ocorreu numa zona não habitada, pouco depois de Silva Macua”.
A fonte que temos vindo a citar refere ainda que Chissale resistiu e foi violentamente agredido no local e depois levado de volta em direção à Pemba, mas até hoje não há confirmação de que ele chegou à cidade.
Face as evidências recolhidas no terreno, a Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos submeteu uma queixa na Segunda esquadra da Cidade Pemba com o conhecimento da família e, por outro, não confirmou as notícias que dão conta do desaparecimento físico do membro sênior do PODEMOS.
“As notícias que têm circulado são, em grande parte, fruto de interpretações feitas por colegas que participaram das buscas. Seguiremos atualizando a situação à medida que novas informações forem confirmadas”.
Por sua vez, o MISA-Moçambique, apurou depois de contactar Macário Chissale, irmão de Chissale, que a situação de desaparecimento do jornalista ainda carece de informações concretas que esclarecem o que terá acontecido, visto que “surgiram nos últimos dias notícias nas redes sociais que dão conta do seu desaparecimento físico, entretanto, sem nenhuma evidência”.
Com vista a colocar todos nos pratos limpos, aquela organização da sociedade civil exige que as autoridades envidem esforços para localizar e devolver o Arlindo Chissale ao convívio familiar.
“Nesse sentido, o MISA-Moçambique apela às autoridades competentes para que usem todos os meios disponíveis para localizar o jornalista e restituí-lo à liberdade, caso tenha sido vítima de algum tipo de sequestro ou detenção arbitrária. O MISA Moçambique destaca que a liberdade de imprensa e a segurança dos profissionais de comunicação são pilares fundamentais para a democracia e o estado de direito. Qualquer ameaça ou violação contra esses princípios é inaceitável e contraria os princípios consagrados na Constituição da República de Moçambique, particularmente no que diz respeito à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”.