A Associação Juvenil para o Desenvolvimento Comunitário em Moçambique (AJUCOM) organizou, no âmbito da quinzena da criança que se celebrou entre 01 e 16 de Junho em curso, um torneio de futebol denominado “Torneio Stop Uniões Prematuras”. Com esta iniciativa, a AJUCOM pretende sensibilizar a população para o combate e a prevenção das gravidezes precoces e uniões prematuras.
A competição que será disputada por quatro equipas femininas dos bairros do distrito de Guijá, nomeadamente, Chimbembe, Chivongoene, Nhampunguane e Chinhacanine que se enfrentaram em jogos de futebol, por forma a comemorar a quinzena da criança.
No lançamento da competição, a Directora Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social, Guilhermina Sitoe, exortou a todas as crianças e adolescentes para não se envolver em prática do sexo prematuro e deixar para mais tarde.
O Director dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, Sérgio Zitha, incentivou aos petizes para o não abandono escolar e participação dos jovens nos diversos concursos de âmbito juvenil que tem passado em diversos momentos.
Por sua vez, o Administrador de Guijá, agradeceu ao ROSC-AJUCOM pela sua intervenção no empoderamento da Rapariga e na conscientização desta faixa etária em várias dimensões (nas igrejas, nas comunidades e nas escolas). O governante agradeceu os trabalhos que outras organizações que actuam em Guijá têm vindo a fazer em prol da rapariga.
Quem ficou feliz com a iniciativa foram os adolescentes. Hermínia Ndjive faz parte da formação do bairro Chimbembe e observa que a iniciativa da AJUCOM além de ocupar os jovens sensibiliza os mesmos sobre os perigos das uniões prematuras e gravidezes precoces.
“Os casamentos prematuros são uma realidade em Moçambique. Não podemos fechar os olhos perante está triste realidade. Temos colegas que foram obrigadas a abandonarem os estudos por terem ficado gravidas. E quando acontecem iniciativas que visam sensibilizar os jovens e adolescentes sobre os riscos dos casamentos prematuros temos que aplaudir. Esperamos que está não seja a primeira e nem a última iniciativa. As palestras deviam incluir os pais e encarregados de educação porque em algum momento eles são coniventes em vários casos de uniões prematuras”, declarou
Em representação de Xicanhanine, Olga Mateus, declarou que o Torneio Stop Uniões Prematuras” para além de ocupar os jovens é também uma ferramenta para acabar com as uniões prematuras naquele distrito da província de Gaza.
“Agora será uma competição só para mulheres. Esperamos que nas próximas ocasiões seja em ambos os sexos porque os jovens precisam de ocupação para não seguir o caminho das drogas e também precisam saber que a união prematura é crime punido nas margens da lei. Para além de aprender com os activistas durante o torneio queremos levar a Taça para o nosso bairro”, afirmou.
Por sua vez, Belmiro Francisco, activista da Geração Biz ao nível do distrito de Guijá, apontou que as iniciativas do gênero deve continuar para desconstruir as normas sociais que fazem com que as raparigas se casem precocentemente.
“Nos últimos anos as mulheres crescem mais em relação aos homens. Hoje em dia uma rapariga de 15 anos parece ter entre 20 e 23 anos de idade. E em alguns casos pais recebem propostas de casamento. Precisamos de iniciativas de gênero para consciencializar a nossa sociedade sobre os riscos das uniões prematuras. Hoje foi a AJUCOM que abraçou esse torneio, esperamos que outras organizações da sociedade abracem projectos para eliminar as gravidezes precoces e, sobretudo, as uniões prematuras.
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