Moçambique lança projecto inovador de gestão de desastres baseado em drones

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O Governo, em parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Fundo Fiduciário da Cooperação Econômica Coreia-África (KOAFEC), lançou nesta quarta-feira um projecto inovador de gestão de desastres baseado no uso de drones. A iniciativa, anunciada pelo Ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, marca um avanço significativo na resposta a eventos climáticos extremos no país.

Moçambique é frequentemente afectado por ciclones, inundações e outras calamidades naturais que causam perdas humanas e destruição de infraestruturas essenciais. A nova tecnologia permitirá a obtenção de imagens detalhadas e em tempo real das áreas afectadas, facilitando a resposta rápida das instituições de gestão de emergência. Para Flávio da Gama, representante do BAD, a utilização de drones permitirá que as autoridades tomem decisões informadas e eficazes.

“Este projecto de drones não se trata apenas de tecnologia, mas do poder da cooperação internacional, unindo Governo, instituições de desenvolvimento e parceiros do sector privado numa missão comum de proteger vidas. Imagens precisas e atualizadas significam que podemos direcionar a ajuda de maneira mais eficiente e salvar mais vidas”, acrescentou.

A implementação do projeto será acompanhada por formação técnica de profissionais de diversas instituições, incluindo o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e o Instituto Nacional de Gestão e Redução de Desastres (INGD). O projecto conta com um financiamento superior a um milhão de dólares, mobilizado pelo BAD em colaboração com o Fundo Fiduciário da Cooperação Econômica Coreia-África.

“Estamos a construir as bases para uma abordagem transformadora na gestão de desastres, usando tecnologias de ponta para mitigar os impactos das mudanças climáticas”, destacou da Gama, enfatizando ainda que este investimento não se trata apenas de adquirir drones, mas de estabelecer um novo paradigma na forma como o país enfrenta emergências climáticas.

O Ministro Américo Muchanga sublinhou a importância da iniciativa para o fortalecimento da resiliência climática e do desenvolvimento econômico do país, destacando que a tecnologia ajudará a minimizar danos e perdas de vidas, além de otimizar recursos na gestão de crises.

“Os drones permitirão uma resposta mais eficiente aos desastres, fornecendo informações precisas para a tomada de decisões. Precisamos de ferramentas que nos permitam antecipar e reagir rapidamente a desastres, e os drones são um grande passo nesse sentido”, disse.

A primeira fase do projecto inclui a importação dos drones e o treinamento de técnicos de diferentes instituições envolvidas, como a Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos e a Agência de Desenvolvimento Espacial. “O objetivo é criar um centro de excelência para o uso de drones, onde qualquer instituição pública possa acessar a tecnologia para suas necessidades”, explicou Adérito Aramugy, Diretor-Geral do INAM.

Aramugy ressaltou que a capacitação dos técnicos será um dos pilares fundamentais do projeto, além disso, também destacou o alcance operacional dos drones, que serão capazes de cobrir vastas áreas em um curto período.

“Não basta termos drones modernos; precisamos de profissionais qualificados que saibam interpretar os dados coletados e transformá-los em ações concretas. O INAM está comprometido em garantir que as nossas equipes estejam preparadas para utilizar essa tecnologia da melhor forma possível. Este  tipo de drone vai até uma altura de cerca de 150 metros e uma extensão de cerca de 2 a 3 quilômetros”, explicou Aramugy.

A legislação sobre o uso de drones também será adaptada para garantir que o projecto esteja em conformidade com as normas do Instituto de Aviação Civil de Moçambique. O projecto irá operar prioritariamente em cinco bacias hidrográficas do país, monitorando inundações e identificando rotas de evacuação. A tecnologia coreana utilizada permitirá uma monitorização precisa e a melhoria da resiliência comunitária.

“Queremos que Moçambique esteja na vanguarda da gestão de desastres em África. Com parcerias sólidas e colaboração contínua, podemos salvar vidas e reduzir os impactos dos desastres naturais”, concluiu Muchanga. (Luisa Muhambe)

 

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