Afonso Almeida Brandão
Boris Johnson, o polémico Primeiro-Ministro inglês, apresentou a sua demissão do cargo em terras de sua Majestade. O resistente, como alguns lhe chamam, resistiu a tudo, resistiu ao Brexit, ao Covid-19, aos “lockdowns”, resistiu ao voto de não confiança do partido e teve ainda um casamento e dois bebés pelo meio do seu mandato. Para não falar das suas “badaladas festas” em Downing Street.
Escândalos que teriam afundado outros políticos pareciam não ter efeito sobre ele. Ele sempre foi capaz de recuperar a sua aura de salvador da Grã-Bretanha. As suas “gafes” e os seus erros tornaram-se parte de sua marca. Só não resistiu ao motim, quando mais de cinquenta membros do seu executivo apresentaram a demissão. E reforço, agora e aqui, a propósito, a opinião sábia e oportuna do Jornalista Alexandre Chiúre, a propósito de que, em Moçambique,«demissão é palavra inexistente»… Efectivamente, assim é!
Nestes tempos em que quase que não conseguimos identificar diferenças entre os políticos de vários quadrantes, mesmo a nível europeu as diferenças esbatem-se em prol do «politicamente correcto» e do medo de ofender algum quadrante da Sociedade por muito pequeno que seja, Boris com o seu jeito “tresloucado” tornou-se rapidamente um político reconhecido em qualquer parte do Mundo, a sua imagem divertida e implacavelmente optimista, aliada a formidáveis habilidades de campanha, ajudaram a alcançar partes do eleitorado que os Conservadores mais convencionais não conseguiram.
A sua visão para a Economia do Reino Unido e, particularmente, o Brexit como uma oportunidade para implementar reformas profundas e para corrigir as fraquezas económicas que assolaram a Inglaterra durante vários anos foram muito bem acolhidas pelo sector mais conservador britânico.
Boris é um populista puro e duro, quando as hordas o atacavam pelos seus actos e acções mais duvidosas, os ingleses esqueciam o assunto rapidamente, pois estavam apaixonados por aquela personagem excêntrica.
Boris não resistiu, quem vai sofrer mais no imediato com esta demissão é o Povo ucraniano, a quem o ex-Primeiro-Ministro inglês tanto ajudou, foi mesmo o político europeu que mais afrontou Putin.
Vamos ver quem ocupa o N.º 10 em Outubro, Winston Churchill ou Neville Chamberlain.
Por cá — em relação a Portugal, um parêntesis para recordar o Meu Querido e Saudoso Amigo e Colega, Baptista-Bastos — que dizia que «entre nós continua tudo na mesma, já que este Governo (e outros)pouco ou quase nada têm feito pelo País, incluíndo a “family gate”…»
“No passa nada”— como diria o Socialista Jorge Coelho e ex-Ministro português, à época, em relação “a outros” acontecimentos “bizarros”. Em suma: que saudades tenho dele,PUXA!!!…
Por causa da morte de José Eduardo dos Santos, Daniel Oliveira veio culpar a Colonização Portuguesa da cleptocracia que reina na República Angolana.
Para os mais distraídos e que ainda não sabem, aqui fica a informação:José Eduardo dos Santos era Comunista, razão pela qual Daniel Oliveira e muitos como ele defendem o falecido ex-presidente angolano. Para a Esquerda os crimes cometidos em nome da implementação do Marxismo são sempre válidos, pois estão imbuídos de um espírito moralmente superior. Se ele tivesse ido dar uma «volta ao bilhar grande» teria feito melhor figura.
Angola foi apenas administrativamente controlada por Portugal no Séc. XX, tem tanto tempo de Independência como de controlo por Portugal. Se calhar a culpa da pobreza é mesmo do MPLA e não de Portugal.

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