A actuação dos órgãos eleitorais nestas eleições tem sido muito contestadas, não só pela oposição, como também pela sociedade civil e a população no geral. De todos os intervenientes, Bispo Dom Carlos Matsinhe, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), tem sido o rosto mais sacrificado, por tratar-se de um cristão devoto, com o mais alto cargo hierarquia da igreja anglicana, de quem se esperava alguma moral redobrada.
Pelas redes sociais e na imprensa multiplicam-se críticas ao homem de Deus que quando tomou posse prometeu dar tudo de si para resgatar a confiança dos moçambicanos à CNE e aos pleitos eleitorais, mas que claudicou logo no seu primeiro grande teste, organizando aquelas que, segundo os observadores nacionais e internacionais, poderão ter sido as eleições mais fraudulentas e desorganizadas de sempre.
Com efeito, depois de criticar as irregularidades, a Sala da Paz, consórcio que engloba diversas organizações da sociedade civil, caracterizou o processo como “um grande recuo em termos organizacionais”, que em nada espelha a experiência de quase 30 anos organizando eleições regulares.
Refira-se que esperava-se mais do Bispo Dom Carlos Matsinhe por ser um homem de Deus, contudo a experiência está a se mostrar amarga, pois até aqui os órgãos eleitorais mostraram-se ao serviço de uma máfia eleitoral destemida e que já não espera a escuridão da noite para roubar votos.
Dom Carlos Matsinhe é apenas mais um homem de Deus que sucumbe à vontade dos homens. É o quinto presidente do órgão até aqui dirigido por homens de Deus. O primeiro a dirigir o órgão foi o padre Brazão Mazula, seguido pelo reverendo Jamisse Taimo e depois reverendo Litsure, antes do falecido Sheik Abdul Carimo.

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