Yolanda Kakana sugere a criação de uma “oficina de Marrabenta” para imortalizar legado do festival

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Dezoito anos depois da criação do Festival de Marrabenta, e numa altura em que se caminha para a celebração do vigêsimo aniversário daquele que é tido como sendo um dos maiores festivais de música ligeira moçambicana, a vocalista da Banda Kakana, Yolanda Chicane, entende ser este o momento para a criação de  uma “Oficina de Marrabenta”, como forma de estimular a compreensão e aprendizado sobre o talento dos artista que participam do festival.

Texto: Frederico Cumba

Yolanda Kakana, que foi uma das figuras de destaque, este ano, do festival, naquela que é a sua terceira vez consecutiva, nota algumas melhorias na forma de produzir e organizar a festa da Marrabenta, dai ser de opinião de que é preciso fazer mais para que o evento se torne cada vez mais uma marca e que dele se consolide a união inter-geracional dos fazedores da música em Moçambique.

“Eu sinto falta de uma oficina da Marrabenta, passam muitos músicos por aqui e cada músico tem alguma coisa para contribuir. Acho que seria interessante fazer uma oficinal de Marrabenta nos próximos festivais”, referiu a vocalista de uma das bandas mais celebradas do nosso País.

A autora de “serenata” e muitos outros sucessos, justifica a necessidade da criação de uma oficina de Marrabenta, com a mais recente colaboração entre si e Fokiss Júnior, um jovem talento promissor da musica moçambicana, com quem compôs uma música, denominada “Gwaza ka Muthini”, que se insere na celebração dos 18 anos do Festival Marrabenta e 130 da Batalha de Marracuene, a qual aconteceu em 1895.

“Surgiu essa ideia com o Fokiss. É um talento promissor e admiro muito o jovem, apesar dos estilos diferirem muito, deu para fazer uma colaboração interessante, então Marrabenta é sobre isso, juntar gerações e não deixar morrer este estilo musical”, sustentou Yolanda.

A edição de 2025, aconteceu em dois palcos, sendo um no monumento Gwaza Muthine, (a 02 de Feveriro) no distrito de Marracuene e no Centro Cultural Moçambique-China, cidade de Maputo (no dia 03), tendo envolvido mais de trezentos artistas de diferentes estilos musicais.

“Xitiku xa Marrabenta” é a nova inovação e a organização promete experiências únicas

O epicentro do evento, foi a introdução do formato “Xitiku xa Marrabenta”, tradução literária do português, que significa a fogueira da marrambenta, uma inovação que o produtor do festival, Paulito Sithole, quer ver patente nos próximos anos, principalmente quando o festival fizer 20 anos da sua criação.

“Nós agora temos um grande desafio. Sempre foi difícil manter iniciativas e agora que vamos fazer 20 anos, tudo que formos fazer daqui para frente será censurado, temos que fazer o que caracteriza um festival de 20 anos, vamos ter que nos redobrar, para que o público tenha experiências únicas”, referiu Lito, como é carinhosamente conhecido, antes de destacar a necessidade de apostar no registo das acções convista a imortalizar o projecto.

“É preciso perpetuar as coisas, é preciso divulgar, é preciso fazer bibliografias e ensinar, é preciso divulgar mais o que se faz e quem faz”, destacou o também director-geral da Casa Marrabenta, a produtora do festival.

Recorde-se que o festival Marrabenta foi criado em 2007, sendo que a primeira edição teve lugar em 2008 e contou com o grande contribuito do artista pástico Malangatana Valente Ngwenha e do músico Dilon Djindji, ambos nativos de Marracuene, local por onde o festival marca anualmente passagem a dois de Fevereiro ao recordar-se a memória do Gwaza Mutihine, uma batalha havida em 1895 entre as Forças Rongas e as força militares portuguesas, no quadro da luta de resistência contra a ocupação colonial portugueza.

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