Exim Bank aprova financiamento de cinco mil milhões de dólares para o projecto de GNL em Afungi

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Em Fevereiro do corrente ano, O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, revelou que a multinacional francesa estava à espera da aprovação por parte do banco norte-americano de exportação, Exim Bank, do financiamento de 4,7 mil milhões de dólares à luz dos decretos presidenciais de Donald Trump para poder retomar o seu projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado. Na última semana, a Exim Bank confirmou o financiamento para aquele que é considerado o maior investimento directo estrangeiro da história do continente africano, ressuscitando, assim, o almejado sonho do regresso da multinacional francesa a Moçambique, que accionou força maior em 2021

Duarte Sitoe

O crédito, agora assegurado, representa cerca de 25 por cento do valor total do projecto e, segundo o CEO da TotalEnergies, será usado para o financiamento do projecto, o qual é considerado o maior investimento estrangeiro da história do continente africano.

“O Exim tem regras de não discriminação em projectos, por isso penso que será restabelecido o financiamento sob a administração Trump, e que o Exim dos EUA confirmará o apoio à exportação do GNL de Moçambique nos próximos meses, ou nas próximas semanas”, declarou Pouyanné.

O CEO da multinacional francesa referiu, por outro lado, que a Grã-Bretanha, que prometeu entre 800 e mil milhões de dólares, está a tentar ver se tem o direito de desbloquear o financiamento, uma vez que já rubricou o contrato.

Se, por um lado, Patrick Pouyanné disse que devido aos ataques terroristas o projecto será concluído entre 2029 e 2030, sendo que a primeira exportação de GNL já não será em 2027 como anteriormente estava planeado. Por outro, disse que a segurança melhorou na província de Cabo Delgado, reconhecendo, contudo, que nunca será perfeito.

As dúvidas sobre o investimento norte-americano no projecto liderado pela TotalEnergies na província de Cabo Delgado foram dissipadas na última semana, quando o conselho de administração do Exim Bank dos Estados Unidos da América aprovou um empréstimo de quase cinco mil milhões de dólares.

Alias, de lembrar que o Banco de Exportação-Importação tinha anteriormente acordado um empréstimo no valor de 4,7 mil milhões de dólares durante a primeira administração do Presidente Donald Trump, mas teve que ser novamente aprovado depois de a construção do projecto ter sido suspensa em 2021, na sequência de um grande ataque perpetrado por terroristas islâmicos contra a vila de Palma, na província de Cabo Delgado, no norte do país.

Enquanto celebrava o desbloqueio do financiamento, a TotalEnergies viu a justiça francesa a iniciar uma investigação por alegadamente não proteger os seus subcontratados e omissão de ajuda após um ataque terrorista.

A acusação contra a multinacional francesa foi submetida em Outubro de 2023, por sinal dois anos após o caso que motivou a queixa, uma vez que em  Março de 2021 um ataque do Estado Islâmico próximo das instalações da empresa deixou um rastro de mortes e destruição. Sendo que na sequência do referido ataque, sobreviventes e familiares das vítimas intentaram uma acção judicial na França contra a TotalEnergies por faltar com a ajuda perante as vítimas e omitir socorro.

De acordo com o Jornal Le Monde, o gabinete do promotor de Nanterre explicou que o pontapé de saída no que diz respeito ao processo de investigação iniciou no dia 14 de Março do ano em curso.

Vale lembrar que em Abril de 2021, a TotalEnergies invocou motivos de “Força Maior” para suspender o projecto.

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