Share this
Hedson Massinga
Após a tomada de posse do actual Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, surgem inúmeras narrativas sobre a sua capacidade de governar, especialmente considerando a contestação que enfrenta tanto dentro quanto fora do partido FRELIMO. Desde as suas nomeações, muitos observadores notam que vários membros da sua equipa são camaradas do antigo governo de Filipe Jacinto Nyusi. Essa continuidade levanta preocupações sobre a repetição dos erros que levaram o país ao colapso económico, político e moral.
A gestão de Nyusi foi marcada por escândalos de corrupção e uma falta de transparência que gerou desconfiança entre a população. O discurso empolgante dos líderes da FRELIMO, onde cada um cria o seu slogan, como “o povo é meu patrão” ou “vamos trabalhar”, contrasta com a realidade vivida pelos moçambicanos. A pergunta que se impõe é: onde está o trabalho prometido? Como e de que forma as promessas serão cumpridas? Para muitos, essa retórica tornou-se uma teoria vazia, pois os factos frequentemente contradizem as palavras. Configura um acto de puro engano acreditar numa mudança profunda, se os jogadores continuam os mesmos; a mesma equipa, a diferença é o treinador. A mesma equipa foi perdendo com equipas de divisão abaixo, como corrupção, tráfico de drogas, branqueamento de capitais, nepotismo, clientelismo e várias equipas de baixa apreciação na sociedade.
Num partido como a FRELIMO, caracterizado pelas suas armadilhas e divisões internas, surge a dúvida: será que Chapo conseguirá ser diferente? A fragmentação do partido torna visíveis as diversas alas com interesses variados. A promessa de uma FRELIMO unida e coesa parece distante quando muitos dentro do próprio partido lutam por espaço e poder.
A esperança dos frelimistas de realizar os seus sonhos parece mais um desejo do que uma realidade palpável. Chapo enfrenta o legado problemático deixado pelo seu antecessor. Projectos essenciais, como os relacionados com o gás natural, não foram iniciados sob a sua liderança. Isso levanta questões sobre a sua capacidade de responder aos desafios económicos que o País enfrenta. Ele terá que lidar com uma base que ainda se lembra das promessas não cumpridas e das expectativas frustradas.
Além disso, a crítica à arrogância percebida nas lideranças políticas é um ponto crucial. Embora Chapo seja descrito como um homem humilde e atento, a história mostra que o poder pode transformar até os mais bem-intencionados.
A frase “as más companhias corrompem os bons costumes” ecoa na mente dos cidadãos que temem que a nova administração não consiga romper com as práticas nefastas do passado.
A situação em Moçambique é complexa e multifacetada. O sistema estatal está infiltrado por cartéis de drogas, tráfico de influência e práticas corruptas que dificultam a governação efectiva. Os esquadrões da morte e os raptos são realidades alarmantes que transcendem fronteiras e revelam um estado fragilizado pela impunidade.
Diante desse cenário desafiador, muitos se perguntam: será Daniel Chapo o organizador da nova orquestra política? Poderá ele trazer mudanças significativas para libertar o povo moçambicano dos vícios enraizados? Ou será mais uma figura presa às dinâmicas corruptas que têm dominado o país?
Assim, enquanto Moçambique navega por esta estrada longa e cheia de desafios, a expectativa é alta. Resta saber se Chapo conseguirá estabelecer uma nova era de governação que resgate os valores fundamentais da verdadeira moçambicanidade e restabeleça a confiança da população nas suas instituições.
Conhecido como um homem humilde e cheio de atenções, um crente, um bom evangelista, seguido por uma mulher que aparenta ser o seu equilíbrio, não será aquela verdade de que dinheiro, fama, poder não mudam ninguém, apenas amplificam o que existe? Não estaríamos diante do famoso versículo que diz “as más companhias corrompem os bons costumes”? Ainda estamos numa estrada longa. Sem esquecer o sistema estalado no aparelho do estado, os cartéis de drogas, tráficos de influência, os esquadrões da morte, os sistemas de raptos que transcendem qualquer barreira e fronteira. Será desta que a pele do batuque e maçarocas vai ficar transformada? Será este o messias que veio libertar os seus dos vícios de sangue e carne fresca? Esperamos para ver, um sistema bastante gradeado em que ninguém conhece o paradeiro das chaves, e as novas gerações da Frelimo a arrumarem-se para dar continuidade à colonização herdada pelos seus antepassados, diferentemente da realidade da verdadeira moçambicanidade que se perdeu nos tempos de Samora, Mondlane, Uria Simango, Paulo Samuel Kankhomba e o grande General Filipe Samuel Magaia, sem se esquecer do General Sebastião Mabote, cujo percurso passaria pela Ponta Vermelha, mas as alas fizeram tudo e afogaram-no em Bilene numa água bem tranquila, sem malícia para aqueles que por lá pretendem mergulhar e remover as suas frustrações.
Algo precisa de ser feito, tem alguém com coragem suficiente? Não estaríamos diante da grande Babilónia que se sentia indestrutível diante do seu poder? Sem esquecer que todos os que desafiaram as ordens de Nabucodonosor eram jogados na fornalha. Será que teremos israelitas como Beltessazar (Daniel) que desafiou as leis e a fornalha da Babilónia? Será que o quarto homem vai aparecer diante da fornalha aquecida sete vezes? Precisam de um sinal grande?
É verdade, precisamos de um libertador. Por favor, Senhor, envia-nos um Salvador, isso é urgente. Reconhecemos o nosso pecado, mas não nos deixes nas mãos dos babilónicos, são cinquenta anos de escravidão e todos os que achávamos libertadores juntaram-se ao banquete do Reino e do Rei.

Facebook Comments