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O Banco Nacional de Investimentos (BNI) disponibilizou uma linha de financiamento no valor de 950 milhões de meticais, no âmbito do lançamento da “Linha de Crédito do Fundo Mulher”. Esta iniciativa tem como objectivo fomentar e incentivar o empreendedorismo feminino, impulsionando mulheres a iniciarem e desenvolverem seus negócios, especialmente nos sectores da agricultura, avicultura, agroprocessamento, comércio e turismo.
De acordo com a representante do BNI, esta linha de crédito surge como uma solução para dinamizar o sector do empreendedorismo, considerando como um motor essencial da economia nacional e fundamental para a prestação de serviços. Sublinhou ainda que a iniciativa visa responder aos principais desafios enfrentados pelas mulheres no sector empresarial.
Um dos maiores desafios identificados pelo banco nas micro e pequenas empresas (MPEs) é a falta de organização formal, sobretudo no que toca à gestão da informação financeira. Com esta linha de financiamento, o BNI pretende oferecer não apenas apoio financeiro, mas também assistência técnica, de modo a ajudar as empresas a superarem essas limitações estruturais. A instituição reconhece que muitas pequenas e médias empresas enfrentam défices de conhecimento e organização processual.
“Os maiores desafios do micro e pequenas empresas é a questão de estarem formalmente organizados em termos de informação financeira, com este financiamento trazemos uma janela aberta para assistência técnica que poderá ajudar a responder os desafios já existentes e que estamos a espera. Percebemos que no mercado as PMEs têm esse défice de assistência que é a informação organizacional e processual”, disse Ancha Omar, Directora da direcção Comercial e de Marketing.
O financiamento não possui valores fixos e será atribuído com base nas necessidades apresentadas por cada cliente, obedecendo, no entanto, a determinados limites. Para as pequenas empresas, estão disponíveis duas modalidades: uma de tesouraria, com valores que variam entre 03 a 10 milhões de meticais, e outra para investimento, com montantes entre 3 a 15 milhões de meticais.
Já as médias empresas poderão beneficiar de valores a partir de 3,5 milhões de meticais, podendo atingir até 60 milhões, dependendo da qualidade e viabilidade dos projectos apresentados. O BNI espera alcançar entre 500 a 700 mulheres empreendedoras com esta iniciativa.
Para se candidatarem ao financiamento, as empresas devem, estar legalmente registadas, com documentação actualizada, e apresentar uma projecção clara de investimentos.
Ancha Omar, referiu que a instituição pretende, com esta linha de crédito, não apenas garantir o financiamento às mulheres empreendedoras, mas também criar condições para que estas empresas se desenvolvam e se tornem grandes, contribuindo para o crescimento do sector empresarial e da economia nacional.
Nancy Mafundza, consultora financeira, referiu que ainda não recorreu ao financiamento do BNI, mas considera fazê-lo no futuro. No entanto, defende que o banco deve ir além do apoio financeiro, promovendo também a literacia financeira em todas as camadas sociais, independentemente da localização geográfica. Segundo ela, “dar apenas dinheiro não é ajudar, principalmente num contexto em que muitas empresas locais não estão organizadas. Há grandes empresas sem contabilidade estruturada e sem os requisitos mínimos para acessar financiamento. É necessário um trabalho prévio para garantir que estas empresas estejam em condições de recorrer ao BNI”.
Por sua vez, Rossana Saíde, empreendedora no sector de produtos agrícolas, partilhou a sua experiência positiva com o BNI. Destacou que, em 2019, durante a crise causada pela pandemia da Covid-19, o financiamento recebido do BNI foi fundamental para manter e desenvolver o seu negócio. “O BNI é uma janela de esperança. Sempre que precisar de apoio financeiro, vou recorrer a este banco”, afirmou.

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