Ministérios da Educação e Agricultura unem-se para produção carteiras com madeira “apreendida”

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O Governo moçambicano anunciou uma nova parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Agricultura para a produção de carteiras escolares utilizando madeira confiscada de cortes ilegais. A iniciativa surge como resposta ao crónico défice de carteira escolar, especialmente em zonas rurais, onde milhares de alunos ainda assistem às aulas sentados no chão e ao relento.

Segundo o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, trata-se de aproveitar madeira ociosa, apreendida em operações de fiscalização da exploração florestal.

“Há muita madeira ociosa que foi cortada mas não foi levada à venda. São parques devidamente conhecidos pelo Governo e esses parques foram naturalmente confiscados. A quantidade de madeira que foi cortada ilegalmente nos anos anteriores vai ser recolhida para ser transformada em carteiras”, explicou.

Impissa reconheceu que a medida não irá resolver de forma imediata o problema da falta de carteiras nas escolas, mas garantiu que será um passo significativo.

“Não será resolvido o problema de carteiras ao mesmo tempo, mas com base no que existe e na exploração florestal, o esforço que se vai fazer é reduzir, de tempo em tempo, o número de crianças sentadas no chão”, afirmou.

No mesmo contexto, o porta-voz do Executivo indicou que o Governo está a desenhar estratégias para reduzir a dependência do sector da educação em relação aos parceiros internacionais, sobretudo no financiamento de materiais escolares. “O Governo está a desenhar estratégias de materializar esses objectivos”, disse.

Impissa revelou ainda que já se iniciou a produção de livros para as primeiras e terceiras classes, um processo que está a ser conduzido internamente.

“Os livros das primeiras e terceira classe já iniciaram, e a produção está a ser feita a nível nacional, o que permite que paulatinamente se vá avançando e alcançar esse desiderato.”

Apesar de admitir que o plano pode não ser concluído ainda este ano, o Governo aponta como meta principal o fortalecimento da capacidade interna de resposta às necessidades básicas do sistema educativo.

“A ideia é reduzir a intervenção de financiamento externo naquilo que seria o ponto central da cultura dos moçambicanos, que é a partir da educação”, concluiu.

 

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