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A cidade francesa de Lyon acolheu recentemente a 11ª edição do maior festival de dança contemporânea do mundo, um evento que reuniu artistas, programadores e criadores de diversas geografias. Pela primeira vez, a Bienal integrou um curador africano na sua equipa: o moçambicano Quito Tembe, que assumiu um papel decisivo na projecção da cena cultural do país.
Foi sob a sua curadoria que o coreógrafo Idio Chichava, um dos nomes mais inovadores da dança contemporânea em Moçambique, foi convidado a apresentar-se em Lyon. Chichava mostrou ao público europeu a obra “Vagabundus”, uma das suas criações mais aclamadas, que reflecte sobre as margens sociais e a condição humana em constante movimento. A apresentação foi recebida com entusiasmo, reforçando a relevância da dança moçambicana no cenário internacional.
O coreógrafo entra, assim, para a lista dos nomes importantes no mundo da dança contemporânea. O facto de ter conquistado o maior prémio internacional da dança só fez aumentar a atenção para Moçambique, confirmando o país como um espaço de criação artística de referência.
Para além do espectáculo, Chichava integrou o programa FÓRUM, espaço de reflexão e debate sobre os caminhos da dança contemporânea. Segundo Quito Tembe, “o FÓRUM traz uma nova forma de pensar a dança, ampliando o olhar para além do palco e conectando artistas, públicos e instituições numa rede de diálogo global”.
A delegação moçambicana contou ainda com a presença dos artistas Janeth Mulapha e Yuck Miranda, que estiveram nos corredores da Bienal a exercer um papel fundamental de advocacia pela dança em Moçambique, estabelecendo contactos, promovendo intercâmbio cultural e defendendo maior visibilidade para a produção nacional.
A participação de Moçambique nesta edição do festival simboliza não só o crescimento da sua produção artística, mas também a sua capacidade de dialogar com as grandes tendências da criação contemporânea. É um passo significativo na afirmação da dança moçambicana no mapa cultural do mundo

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