A Embaixada da Espanha realizou recentemente um evento de networking e arte no contexto da exposição “Djindjiritana Quixotes Plásticos” da artista plástica Nália Agostinho, que é uma ponte que liga Moçambique e Espanha, através da arte.
Trata-se de uma exposição composta por nove telas, que cujos títulos são inspirados na obra do Dom Quixote de La Mancha, obra de Miguel Cervantes, um escritor espanhol e num pássaro, “Djindjiritana”.
As obras expressam os Djindjiritanas as crianças os sonhos, a inocência, e as brincadeiras de infância e os ideias de Dom Quixote que representam os ideais da fase adulta, neste caso sobre as vestes de mulher das suas lutas para alcançar os seus sonhos e objectivos, apesar das adversidades.
“Trata-se de buscar a cura e ter coragem para ir atrás do que se quer, de sermos mais humildes, solidários uns com os outros e de Ter coragem de sermos nós mesmos, sem nos deixarmos perder tentando agradar a sociedade e para que busquemos sempre uma ligação com a espiritualidade.”, referiu Nália Agostinho.
Uma das telas que mais chama atenção foi pintada em conjunto com crianças moçambicanas e espanholas da mafalala e da urbe maputense.
“São crianças que vivem realidades totalmente diferentes, que partilharam o que sabem sobre Djindjiritana e Dom Quixote e coloriram o seu entendimento sobre esta temática”. A artista entende a arte como um “terreno em que a guerra não chega”.
“A arte nos acalma. Durante as batalhas em toda a parte do mundo, os soldados vão sentar na fogueira e lá tocam e cantam e é como encontram o conforto e forças para continuar”, disse.
Importa referir que o evento contou com apoio da Embaixada da Espanha em Maputo, este que apoiou na criação de um documentário sobre o projecto da exposição e a artista para o festival Gala-gala, em Setembro.
O Embaixador de Espanha em Moçambique, Alberto Cerezo, disse que é a primeira vez que a entidade realiza actividade do género no país.
“A Nália trabalhou no mês de Agosto naquilo que são as “Quixotas”, para abordar sobre mulheres que lutam pelos seus ideias apesar das dificuldades”, comentou.
Por seu turno, o Secretário de Estado da Cidade de Maputo, Vicente Joaquim, disse na cerimónia que a abertura da exposição em tempo de pandemia, com todas as medidas de prevenção, mostra que a cidade tem vontade de manter viva a indústria cultural.
“Nessa exposição sentimos que para além do que é patente nas telas é possível também colher também a sua perspectiva porque olha para o mundo de uma forma diferente”, comentou.
“Para aquilo que é patente mostra que a arte não tem limites. Não tem fronteiras.
Ao trazer na mesma tela sentimento de crianças de Moçambique e Espanha é algo que nos encoraja”, acrescentou.
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