Crise humanitária continua a deteriorar-se em Cabo Delgado – observa a ACNUR

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A insurgência armada na província de Cabo Delgado em Outubro de 2017. Volvidos quase cinco anos da eclosão da violência extrema que deixou um rastro de destruição sem precedentes naquele ponto do país, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) aponta que perto de um milhão de pessoas viram-se obrigadas a abandonar as suas zonas de origem para escapar da brutalidade dos terroristas. Por outro lado, aquela instituição chancelada pelas Nações Unidas aponta que a crise  humanitária tende a deteriorar-se em Cabo Delgado.

Para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, apoiando-se- no número dos deslocados internos, a insurgência armada teve um impacto devastador na vida da população de Cabo Delgado

“Os meios de subsistência foram perdidos e a educação paralisada, enquanto o acesso a necessidades como alimentação e saúde foi dificultado. Muitas pessoas foram novamente traumatizadas depois de serem forçadas a se mudar várias vezes para salvar suas vidas. Cinco anos depois, a situação humanitária em Cabo Delgado continuou a deteriorar-se e os números de deslocados aumentaram 20 por cento para 946.508 no primeiro semestre deste ano”.

Com a chegada das tropas amigas, alguns distritos que estavam nas mãos dos grupos armados foram libertados e passaram a ser zonas habitadas. Entretanto, a ACNUR observa que o Governo deve melhorar os serviços básicos para garantir o regresso seguro das famílias deslocadas.

“A ACNUR considera as condições de segurança voláteis em Cabo Delgado para facilitar ou promover o regresso à província. No entanto, as crescentes necessidades de protecção e serviços limitados para aqueles que optaram por voltar para casa ainda devem ser abordados com urgência pelas partes interessadas relevantes, incluindo autoridades e actores humanitários”.

Em Setembro do ano em curso, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados pediu à comunidade internacional 3,6 milhões para prestar assistência aos deslocados na província de Cabo Delgado, tendo apenas conseguido 60% do valor.

Visando reduzir o sofrimento dos moçambicanos que perderam quase tudo com a eclosão da insurgência armada, a “ACNUR clama pelo fim da violência e pede à comunidade internacional que forneça apoio sustentável para reduzir o sofrimento da população deslocada e das comunidades locais de acolhimento no norte de Moçambique”.

Importa referir que, Segundo dados da ACLED, os ataques armados em Cabo Delgado provocaram mais de quatro mil mortes e perto de um milhão de deslocados.

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