- Renamo e MDM juntam-se para guerra sem armas
Os dois maiores partidos da oposição em Moçambique, respectivamente a Renamo e o MDM, decidiram hoje se juntar com vista a fazer o que chamam de “guerra pacifica”, objetivando a reposição da “verdade democrática” e justiça eleitoral. De antemão, negam-se a ceder ao que consideram um verdadeiro arrasto para guerra.
O anúncio foi feito na tarde de hoje, na capital do país, numa conferência colectiva de imprensa dirigida pelos presidentes dos dois partidos, nomeadamente Ossufo Momade e Lutero Simango.
Para os dois dirigentes políticos, as fraudes que consideram ter caracterizado o processo eleitoral desde o recenseamento, a votação em si e o que se seguiu na contabilização e apuramento intermédio, não se enquadram senão numa tentativa de empurrar o País para mais uma guerra armada.
“E nós não vamos aceitar”, disse Ossufo Momade em negação a qualquer possibilidade de se embarcar num conflito armado.
Contudo, os dirigentes das duas formações políticas mostraram-se prontos para não arredar o pé e tudo fazer, não para defender apenas os próprios interesses, mas sim defender em ultima instancia democracia.
Na verdade, este posicionamento abre espaço para uma possível coligação entre os dois partidos nos próximos pleitos, mormente as eleições gerais por ora marcadas para o vizinho ano de 2024.
De referir que tanto da parte da Renamo, quanto do MDM chegou a se aventar a hipótese de uma coligação entre os dois partidos, principalmente depois da visita do Presidente da Renamo à sede do MDM, ocasião em que manteve encontro com o seu homólogo, Lutero Simango. O encontro tinha como agenda passa à revista a situação do País e, como não deixaria de ser o posicionamento e estratégias dos dois partidos para as sextas autárquicas que acabaram se revelando uma ‘dor de cabeça’.
Da parte do MDM, Silvia Cheia chegou a falar de “desconfiança política” de lado a lado para justificar a não concretização da coligação.
Uma coligação entre a Renamo e o MDM representaria uma re-fusão já que o núcleo fundador do MDM sai da RENAMO sem contar com o facto de parte sonantes dos cabeças-de-listas da Renamo já terem estado no MDM a exemplo de Venâncio Mondlane, Geraldo Carvalho e Manuel de Araújo.

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