- Depois de quase 10 anos
- Chissano, Guebuza e Chipande estiveram reunidos para salvar a Frelimo
Depois de quase 10 anos sem fazer campanha dadas as conhecidas desavenças com Filipe Nyusi, o antigo Presidente da República Armando Guebuza, voltou, semana finda, a dar o ar da sua graça na política activa para endossar seu apoio ao candidato presidencial do seu partido, Daniel Chapo, cuja candidatura, segundo ele, representa a esperança dos moçambicanos que neste momento clamam por melhores condições de vida. Visivelmente feliz, Guebuza eleteceu o facto do Daniel Chapo resgatar a ideia do Distrito como Polo de Desenvolvimento e o apoio directo ao desenvolvimento da economia local, que no seu consulado produziu resultados satisfatórios.
Evidências/Lusa
O antigo Presidente da Repúblico, juntou-se, semana finda, à campanha da Frelimo e Daniel Chapo rumo às eleições de 09 de Outubro próximo, marcando assim, o seu regresso à política activa depois de quase 10 anos sem fazer campanha por ninguém, aparentemente, devido as suas desavenças com Filipe Nyusi.
A sua primeira aparição foi num vídeo promocional de pouco mais de um minuto, no qual de forma directa e clara expressou o seu apoio e diz estar feliz por saber que no seu manifesto o distrito “é definido como polo pendular do nosso desenvolvimento, que salvaguarda o princípio de desenvolvimento local como um ponto de referência para uma distribuição mais justa da riqueza nacional”.
O apoio de Guebuza a este modelo de governação deve-se ao facto desta ter sido a base da política do seu consulado, em que parte dos recursos eram drenados directamente aos distritos para impulsionar o surgimento de negócios a nível local como era o caso do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo 7 Milhões.
A sua segunda aparição foi num encontro com vários estratos sociais de diferentes órgãos sociais do seu partido na província da Maputo. Já no Domingo, falou longamente da necessidade de votar na Frelimo e seu candidato durante um momento de palavra na sua visita à Igreja Presbiteriana de Chamanculo.
A sua reaparição acontece numa altura em que Filipe Nyusi parece estar afastado da campanha e isso acontece dias depois de ter acontecido uma reunião entre Joaquim Chissano, Armando Guebuza e Alberto Chipande, visando salvar o partido, num momento em que está assombrado pelos estragos da má governação dos últimos 10 anos, que o levaram para um nível de impopularidade muito baixo.
Esta segunda-feira, num encontro com homens de negócios na cidade de Maputo, Armando Guebuza, que chefiou o Estado moçambicano de 2005 a 2015, pediu a votação no candidato presidencial da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) às eleições gerais de 09 de outubro, Daniel Chapo.
“Nós queremos que o partido saia vitorioso destas eleições, porque também será a vitória do povo”, enfatizou Guebuza.
Ao nono dia de campanha para as eleições gerais, foi a primeira vez que o antigo Presidente da República se juntou a uma acção aberta de mobilização do eleitorado a favor da Frelimo.
Apesar de pertencer ao partido no poder, Guebuza tem dirigido aos seus “camaradas” críticas de perseguição a si e à sua família, desde o homicídio da filha, Valentina Guebuza, pelo marido, em 2016, e a condenação do filho mais velho, Ndambi Guebuza, a 12 anos de prisão, em 2022, pelo seu envolvimento no caso das “dívidas ocultas”.
Guebuza não participou em qualquer ação de campanha do atual Presidente moçambicano e da Frelimo e seu sucessor, Filipe Nyusi, para a reeleição no cargo em 2019.
As eleições presidenciais moçambicanas vão decorrer em simultâneo com as legislativas, dos governadores provinciais e dos membros das assembleias provinciais.
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