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- Não se descarta a possibilidade de Nuvunga ter caído numa cilada do sistema
- Nuvunga disse que não é possível recuperar as provas da suposta pessoa que denunciou ao CDD
O diretor executivo do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), Adriano Nuvunga, não conseguiu fornecer qualquer tipo de prova ao Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) sobre a sua denúncia de suposto recebimento de um suborno 219 milhões de meticais por parte do presidente do PODEMOS, Albino Forquilha. Intimado no GCCC para prestar declarações, Nuvunga declarou que, afinal, recebeu a denúncia de uma fonte por via da plataforma de mensagem WhatsApp e que as provas desapareceram, não podendo em hipótese alguma serem recuperadas junto de quem as forneceu. É um caso melindroso que já corre no tribunal e está a ser interpretado nalguns corredores de opinião como uma cilada bem arquitectada pelo sistema contra aquele que é um dos maiores activistas sociais do País.
Evidências
Que o conceituado activista social Adriano Nuvunga passou de denunciante a denunciado prestes a ser constituído arguido num processo por calúnia e difamação todo mundo já sabe, o que não se sabia eram os contornos das audições no Gabinete Central de Combate à Corrupção.
Segundo consta do Despacho de Arquivamento da denúncia contra o líder do PODEMOS, Albino Forquilha, por suposto recebimento de cerca de 219 milhões da Frelimo para vender a “luta do povo”, durante a divulgação dos resultados das sétimas eleições gerais de 2024, Adriano Nuvunga não conseguiu provar as suas acusações.
Adriano Nuvunga foi ouvido no dia 28 de Janeiro passado, como testemunha, na qualidade de representante do Centro para Democracia e Direitos Humanos que apresentou a denúncia.
Nas suas declarações, disse que recebeu informação do alegado recebimento de valores, através de uma fonte do CDD, via mensagens WhatsApp, sendo que as mensagens continham outros elementos para corroborar a acusação feita, mas que acabaram por desaparecer pela activação de mensagens temporárias.
Questionado sobre a razão de não ter solicitado o reenvio das provas junto da fonte, Nuvunga disse que “seria difícil obter mais elementos de tal fonte”.
Diante da alegacão na denúncia de que os recursos usados para corromper o cidadão aqui em causa eram provenientes do erário público, o GCCC consultou o sistema e solicitou ao CEDSIF, informação sobre todos pagamentos àquele efectuados, tendo-se constatado e remetida a resposta com a informação de não se ter registado no sistema qualquer pagamento em alusão.
É por essa razão que o GCCC decidiu arquivar a denúncia por entender não existirem elementos indiciários bastantes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes, pelo que a suspeita/denúncia se afigura insustentável para o prolongamento da instrução e procedência de uma acusação.
Reagindo ao despacho, o PODEMOS considerou a denúncia como uma atitude infantil, tendenciosa e de sublime irresponsabilidade por parte de Adriano Nuvunga, que chegou a insinuar que o suposto suborno envolvia uma compra de uma viatura usada por Albino Forquilha, com direito a publicidade do facto imprensa televisiva e escrita, tendo afirmado categoricamente que tinha provas e conhecimento do caso.
PODEMOS contra-ataca no tribunal: Nuvunga pode ser constituído arguido
O PODEMOS estranha que depois de vilipendiar a figura do Presidente do PODEMOS, ele vir afirmar perante o GCCC que já não dispunha das provas concretas que dizia ter, porque a sua afirmação-acusatória teve como fonte do WhatsApp.
“O queixoso deste caso ‘fantasia’, digno de um guião cinematográfico de Hollywood, recorreu a uma suposta mensagem enviada por um suposto membro da FRELIMO. O GCCC diz que não encontrou provas que o induzissem a este caso, que de acordo com os pronunciamentos do partido PODEMOS não só causou problemas económicos a Albino Forquilha e aos membros do partido PODEMOS, mas também causou danos sociais à família do Presidente do Partido assim como dos seus membros”, lê-se numa nota do partido.
O PODEMOS entende que Nuvunga não só prejudicou a imagem do presidente do segundo maior partido desde 2024, assim como a pessoa deste, bem como a sua família e demais membros do partido PODEMOS com destaque para um dos membros seniores que teve a residência invadida e retirada tudo, deixando até um recado escrito com palavras obscenas.
“Julga-se que tamanha atitude de um “académico” não tenha sido feita por si só, mas que haja uma mão externa para que tal assunto pudesse seguir adiante, num plano macabro que culminou com perdas, desonra ao bom nome e desacreditar do nome e do partido PODEMOS. Até ao momento, ao que tudo indica é que não há verdade neste processo, com que suscitou o arquivamento do caso. No entanto, o queixoso cumpriu uma agenda desnecessária e promíscua, sendo que se esperava mais de uma figura, até então, amplamente respeitada no cerne da política e activismo social moçambicano”, desabafou o PODEMOS.
Refira-se que durante o decorrer deste assunto, Albino Forquilha, Presidente do PODEMOS, e o seu partido, submeteram uma queixa crime que corre até ao momento por difamação e calúnia contra Adriano Nuvunga, da qual o mesmo já foi ouvido, devendo ser brevemente constituído arguido.

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