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Um grupo de desmobilizados da RENAMO ocupou, nesta quinta-feira, 16 de Maio, a sede nacional do partido, em Maputo, em protesto contra a liderança de Ossufo Momade, presidente da organização política. A acção marca o agravamento da crise interna que afecta a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) em quase todas províncias do país. Para Geraldo Carvalho, Chefe Nacional da Mobilização da RENAMO a demissão de Ossufo seria a resposta para fazer face a crise e desordens que reinam na perdiz.
Carvalho, defendeu publicamente que a solução para a instabilidade interna passa pela renúncia imediata de Ossufo Momade. “No meu caso, eu me demitia. Se o problema fosse eu, deixaria o cargo para salvar o partido”, declarou.
Segundo o Chefe Nacional da Mobilização da RENAMO, as reclamações dos membros e ex-guerrilheiros têm fundamento. “As exigências vindas de Tete e de outras províncias são legítimas. São pessoas que lutaram, que conhecem a causa, que representam a juventude e os ideais do partido”, sublinhou.
A ocupação da sede nacional acontece num contexto de crescente descontentamento nas bases do partido, tendo já resultado no encerramento de várias sedes provinciais. Os desmobilizados acusam Ossufo Momade de traição e afirmam que ele perdeu legitimidade para continuar à frente da RENAMO.
“Hoje, o próprio líder não pode mais permanecer na sede nacional. Está a destruir o partido. O povo está a cantar que a RENAMO já caiu por causa desses traidores”, disse um dos manifestantes. Para eles, os chamados “traidores” são os delegados que apoiam Momade dentro da estrutura partidária.
Como proposta de solução, os manifestantes exigem a reestruturação completa do partido, incluindo a destituição de toda a actual direcção. Segundo eles, Ossufo Momade “não tem mais autoridade moral nem política para liderar a RENAMO”.

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