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O CEO do Grupo Serena, proprietário do imponente Hotel Polana, Ashish Sharma, acaba de baixar uma instrução orientando a abertura de um processo disciplinar contra o diretor-geral daquela que é uma das mais antigas unidades hoteleiras do País, Nelson Rodrigues, na sequência de um incidente ocorrido no dia 1 de Maio, data em que se celebra o Dia dos Trabalhadores.
A referida ordem é datada de 16 de Maio e foi assinada por Ashish Sharma, o CEO do Grupo Serena, que detém o Hotel Polana conjuntamente com outros sócios, incluindo a Fundação Aga Khan.
Foi nomeada a Catherine W. Waruhiu, Directora de Recursos Humanos da empresa, como instrutora do processo disciplinar e o objectivo é apurar eventuais infracções associadas ao comportamento do diretor-geral no referido evento.
“De acordo com a autoridade disciplinar concedida nos termos do Artigo 63 da Lei no. 13/2023, de 23 de agosto, que aprova a Lei do Trabalho, o HOTEIS POLANA, SA nomeia a Sra. Catherine W Waruhiu- directora de Recursos Humanos do Grupo como Instrutora do Processo Disciplinar a ser iniciado contra o funcionário Nelson Rodrigues, que ocupa o cargo de Gerente Geral, com o objectivo de investigar o cometimento de infracções disciplinares”, lê-se na nota.
A nota não se refere aos motivos que levaram ao início da instrução daquele processo disciplinar, contudo, um episódio recente, ocorrido durante as celebrações do dia dos trabalhadores é apontado como estando por detrás desta medida.
Tudo terá começado quando, na euforia das celebrações, algumas funcionárias puxaram o director para uma cadeira colocada no centro e dançaram de forma sensual sobre o seu corpo numa das salas daquele estabelecimento hoteleiro.
A acção foi filmada e depois colocada nas redes sociais gerando uma grande repercussão e questionamentos sobre conduta apropriada em ambiente profissional, o que, aparentemente, poderá ter pesado para a direcção máxima daquela unidade hoteleira instruir o processo contra o seu director-geral.
A administração do Hotel Polana reforçou, em nota, o seu compromisso com os princípios de ética e conduta profissional, garantindo que o processo será conduzido com imparcialidade e respeito pelos direitos de todas as partes envolvidas.
Tendo em conta o interesse público que esta matéria representa, sendo uma das instâncias hoteleiras mais emblemáticas do país, o Jornal Evidências solicitou uma entrevista para o esclarecimento de algumas zonas de penumbras, numa altura em que pelos corredores há relatos de alguma perseguição e ajuste de contas com alguns trabalhadores, o que não abona o bom nome da instituição.
Entre vários assuntos, na nossa solicitação enviada ao CEO do Grupo Serena, procurámos saber se o director-geral visado está em funções ou suspenso; se os outros funcionários envolvidos são nacionais ou estrangeiros, quantos e quem são.
Igualmente, procurámos saber o que lhes teria acontecido, uma vez que a nota referia-se apenas ao trabalhador de um escalão mais alto, não se sabendo que medidas a estes terá sido aplicada e nem a razão de não ter sido nada divulgado.
Procurámos ainda saber se facto de o grupo Serena ter ligações com a Fundação Aga Khan terá pesado para a abertura do referido inquérito e se não temiam que esta acção pudesse beliscar a imagem e o bom nome do príncipe Aga Khan. A terminar, procurámos saber se as autoridades moçambicanas competentes, nomeadamente o Ministério do Trabalho e a Inspecção-geral do Trabalho já estavam informados sobre o assunto.

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