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- Grupo terá assassinado e extraído órgãos de uma menina de 13 anos
A vila municipal da Manhiça, a norte da Província de Maputo, está desde a tarde do passado Domingo debaixo de um alvoroço na sequência da neutralização de um cidadão identificado por Ozias, acusado de ter raptado a sobrinha e posteriormente a assassinado e extraído órgãos juntamente com os seus comparsas. Os supostos traficantes de órgãos já estão sob custódia policial e por desconfiar que os mesmos possam ser soltos e a justiça não ser feita, ameaçam que caso sejam soltos sem explicação plausível serão linchados e os seus bens serão incendiados.
Evidências
O caso que chocou todo o distrito remota desde 2020, quando Ozias, aparentemente com o alvo já identificado e plano articulado, terá visitado o seu tio no Bairro Tsa-tse, na localidade sede do distrito, simulando depois querer comprar alguma refeição para o idoso.
Para o efeito, solicitou a companhia de sua sobrinha para que o pudesse indicar um estabelecimento e o ajudasse a carregar os bens alimentícios. Ambos partiram e nunca mais retornaram.
O corpo da menina, de apenas 13 anos, viria a ser localizado dias depois, sem vida e em decomposição e com parte dos seus órgãos arrancados. Ozias, com quem a menina tinha saído, nunca mais tinha sido visto.
Depois de anos fugitivo, aparentemente convencido de que o seu crime tinha caído no esquecimento, deu o ar da sua graça naquela zona, tendo sido reconhecido e neutralizado, passando depois por um interrogatório popular.
E porque não quis cooperar, acabou sendo ameaçado de linchamento pela população furiosa, acabando por confessar o crime e dar detalhes dos contornos do assassinato da menor de 13 anos, assim como os nomes dos outros implicados. Evidências obteve os áudios do interrogatório nos quais o jovem Ozias conta como o plano foi executado, quem recebeu a menor, onde foi executada
Perante a multidão, Ozias confessou ter raptado a sua sobrinha e posteriormente a entregue a dois outros intervenientes identificados por “Mapicardo” e “Betinho”. Pelo trabalho recebeu a quantia de 250 mil meticais, supostamente pagos por um conhecido empresário do sector de construção, fornecimento de água e comércio.
Com os ânimos exaltados, os populares denunciaram o caso às autoridades policiais que promoveram a detenção do referido empresário e do jovem Betinho. Já na esquadra, consta que o empresário terá declarado desconhecer o jovem Ozias, reconhecendo apenas “Betinho” e “Mapicardo”.
Até ao fecho desta nota, na tarde desta segunda-feira, o referido empresário encontrava-se ainda retido na esquadra, prestando esclarecimentos, juntamente com Betinho. O outro jovem, identificado por Mapicardo, encontra-se a monte.
Trata-se de um jovem há muito associado ao tráfico de órgãos humanos que há alguns anos foi expulso pela comunidade e teve os seus bens, incluindo casa, incendiados, sob alegação de estar envolvido noutros casos de raptos e assassinatos de crianças, para a extração de órgãos.
A comunidade, que se fez ao comando para exigir justiça e acompanhar o processo de perto para evitar que os detentos sejam colocados em liberdade, exige justiça. Aliás, ameaça que caso os supostos traficantes de órgãos humanos sejam soltos sem explicação plausível serão linchados e os seus bens serão incendiados.
“Eram pessoas que pareciam bastante respeitadas, que todos nós achávamos que fossem trabalhadores honestos, longe de pensar que são os que semeiam terror na vila”, desabafou um jovem.
“Tudo que queremos é que a justiça seja feita e que todos paguem por aquilo que fizeram com a menina. Interromperam os seus sonhos e todas as expectativas da família que estavam depositados nela”, desabafou um membro da família da vítima.
Evidências contactou o Comando Provincial da PRM que prometeu pronunciar-se oportunamente, estando, neste momento, a recolher informações para falar com bastante propriedade. O Evidências continuará acompanhando este caso de perto até ao seu desfecho.

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