Venâncio Mondlane diz que sua detenção será um favor à revolução

O ex – candidato presidencial Venâncio Mondlane assegurou, recentemente, que a revolução iniciada depois da divulgação dos resultados eleitorais ainda não morreu. Relativamente a uma possível detenção assim que aterrar no Aeroporto Internacional de Maputo, Mondlane referiu que “se me prenderem, fazem-me um favor a mim e à revolução”.

Venâncio Mondlane realizou um périplo pelo velho continente, tendo escalado Alemanha e Portugal, onde manteve encontros com os partidos da direita.

Numa entrevista concedida ao Observador, um órgão de informação sediado nas terras de Camões, quando questionado sobre a possibilidade de ser preso assim que regressar a Maputo, o ex-candidato presidencial referiu que não tem medo de retornar a Moçambique e que em caso de ser detido será um grande favor para a revolução.

“Estarei disponível. Se for para ser preso, não há problema nenhum. Eu acho que o texto vai ser um grande favor. Sabe, a coisa mais difícil, mais trabalhosa, mais extenuante é recordar todos os dias e pensar qual a estratégia, o que fazer, como responder. Isto é terrivelmente pesado, é extenuante. Agora, a partir do momento em que eles me deterem, este trabalho estará facilitado porque vai ser uma espécie de bypass.Há muitas etapas que nós vamos ultrapassar com poucos esforços. Portanto, vai ser um grande favor para mim e para a revolução”, disse Venâncio Mondlane

Em Portugal, Mondlane manteve um encontro virtual no encontro virtual com o ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel. No entanto, mostrou-se não escondeu o seu desagrado por não ter sido recebido por Marcelo Rebelo de Sousa mesmo depois de ter enviado um ofício para o mesmo.

“Ele recebeu-me e disse-me que preferia receber-me no restaurante em que ele mais gostava de estar para almoçar e não com honras formais. E eu senti que isso foi realmente alguma coisa que me honrou. Mas, desta vez, eu fiquei muito admirado porque ele recebeu-me do presidente Daniel Chapo e não só recebeu-me (…) Que me parece que, conhecendo a situação em que Moçambique se encontra hoje, ele devia ter tido uma posição mais de equilíbrio, uma posição mais de moderação”, rematou.