UE considera Diálogo Nacional Inclusivo “uma oportunidade de transformar a crise numa oportunidade”

A União Europeia (UE) considera que o Diálogo Nacional Inclusivo, cujo processo de auscultação pública foi lançado esta quarta-feira (10), representa uma ocasião única para consolidar a paz e avançar com as reformas estruturais de que Moçambique necessita.

Falando durante a cerimónia de lançamento, o embaixador da UE em Moçambique, Antonino Maggiore, destacou que o sucesso do processo depende de paciência, escuta activa e compromisso. “O diálogo pede paciência, escuta e compromisso. E pede a coragem de encarar escolhas difíceis, de atravessar diferenças e de colocar primeiro as necessidades do povo moçambicano”, afirmou.

Maggiore sublinhou que a iniciativa pode transformar desafios em oportunidades. “Acreditamos firmemente que esta é uma oportunidade única de transformar uma crise numa oportunidade de agir enquanto nação, com a inclusão de todos, introduzir as reformas necessárias e modernizar o país”, disse.

O diplomata frisou que os resultados dependerão da contribuição de todos os atores envolvidos. “Seremos todos responsáveis pelos resultados deste Diálogo Nacional – cada qual no seu papel e no seu lugar: os moçambicanos na liderança do processo e a comunidade internacional no papel de apoio”, acrescentou.

Na sua intervenção, o embaixador reconheceu ainda o papel das lideranças nacionais na condução do diálogo. Felicitou o Presidente Daniel Chapo pela firmeza demonstrada em assumir a condução do processo iniciado pelo ex-Presidente Filipe Nyusi. “Tomou nas mãos este diálogo político e abriu um espaço mais amplo, onde couberam todos os atores políticos e, pela primeira vez, também a sociedade civil. Expôs-se com coragem e dispôs-se a caminhar à luz de todos, com transparência”, sublinhou.

Maggiore concluiu a sua intervenção destacando que o diálogo só é possível na pluralidade. “Queremos louvar e reconhecer a coragem de todos, bem como o seu sentido de responsabilidade. Ninguém dialoga sozinho. Dialoga-se com os outros, erguem-se pontes, abre-se mão de certezas para dar lugar ao encontro”, declarou.